Globo Esporte/LD
ImprimirRodrigo Caio chegou ao São Paulo com apenas 12 anos de idade. Seis anos depois estreava como profissional. De lá para cá são oito temporadas no profissional - a maior parte do tempo como titular -, um título no clube (reserva na Sul-Americana de 2012), conquistas em seleções de base e a representação sempre disputada por grandes agentes do mercado (Jorge Mendes e Carlos Leite já o tiveram na carteira de clientes). Com esse currículo, como explicar até certa aceitação da torcida são-paulina pela saída de um jogador de apenas 25 anos para o Flamengo?
Não é simples resumir uma carreira do prata da casa no São Paulo. Nascido em Dracena, cidade a 650 km de São Paulo, Rodrigo é cria de Cotia e já contou ter sentido preconceito no meio do futebol. Em 2016, meses antes de ser campeão olímpico no Rio, foi classificado como "jogador de condomínio" pelo então assessor da presidência Rodrigo Gaspar, no São Paulo. O jogador chegou a iniciar curso de Educação Física, mas trancou a matrícula quando a rotina no profissional se tornou intensa.
Em negociação com o Flamengo, que teve o aval do novo técnico Abel Braga, Rodrigo Caio confidenciou a amigos que trata a oportunidade como chance perfeita para autêntica retomada na carreira. Ao seu lado, além do experiente Rhodolfo, de 32 anos, também vai ter duas jovens promessas. Uma delas, Léo Duarte, hoje titular absoluto do Flamengo, com perfil físico semelhante. Matheus Thuler participa da preparação da seleção sub-20 para o Sul-Americano.
Transferências frustradas nos últimos anos
Capitão na base e também no sub-20 pela seleção brasileira, o jogador ficou no banco em cinco partidas das eliminatórias da Copa de 2018 - ao todo são oito convocações para a seleção principal. Desde o início no Tricolor Paulista sempre foi visto como expoente da geração, mas por ser mais leve e nem tão alto para a posição - mede 1,82m com 75 kg - muitas vezes foi questionado na função e algumas vezes atuou também como volante.
Internamente, tem respeito dentro do São Paulo - são 277 jogos com a camisa do time paulista - pela postura ao longo do período no Morumbi. Ficou marcado num lance com Jô, do Corinthians, ao alertar o árbitro que o atacante rival não atingira um jogador do São Paulo. O cartão amarelo tiraria Jô de jogo decisivo contra o Tricolor Paulista. Recebeu críticas e até bronca do então treinador Rogério Ceni.
O início da carreira de Rodrigo Caio também tem uma série de transferências frustradas. No primeiro semestre chegou a fechar acordo para se transferir para um clube espanhol, mas depois desistiu por pensar que perderia espaço na lista de Tite para a Copa do Mundo da Rússia - terminaria fora da convocação final. Entre as negociações, houve contatos avançados pelo Zenit, da Rússia, do Real Sociedad, Valencia, Atletico Madrid e Barcelona, da Espanha. Nesta janela do futebol brasileiro, despertou ainda o interesse do Grêmio e do Santos.