\n \n Alegando problemas de saúde, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira se\n licenciou, e indicou para substituí-lo José Maria Marin. \n \n Vice mais velho da CBF, Marin havia sido convocado pelo presidente da CBF,\n Ricardo Teixeira, e estava no Rio desde ontem. Ele foi informado hoje que\n assume, interinamente, a CBF. Segundo ele, Teixeira enviou comunicado aos\n presidentes de federações estaduais com a sua decisão. \n \n Seu "padrinho", o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, não o\n acompanhou, segundo sua assessoria. \n \n A informação foi confirmada pelo presidente da Federação Gaúcha de Futebol,\n Francisco Noveletto, e também pelo presidente da Federação Goiana, André Luiz\n Pitta Pires, na tarde de hoje, que disseram que Teixeira pediu licença de 30\n dias do cargo. \n \n PROBLEMAS DE SAÚDE \n \n Em crise não só dentro de campo com a seleção brasileira eliminada das\n últimas Copa do Mundo e Copa América logo nas quartas de final como também e\n principalmente fora dele em meio a novas denúncias de corrupção, Teixeira já\n vinha dando sinais de que poderia sair. \n \n No início do mês, demitiu o tio, Marco Antônio Teixeira, da secretaria-geral\n da entidade. Ele estava na função praticamente desde o começo do mandato do\n sobrinho no final da década de 1980. \n \n No final do ano passado, já havia nomeado o então presidente do Corinthians,\n Andres Sanchez, para diretor de seleções. Além disso, o ex-jogador Ronaldo foi\n colocado dentro do COL. \n \n Em 29 de setembro, foi internado em um hospital no Rio apresentando dores\n abdominais. O boletim médico disse que Teixeira tinha uma diverticulite\n (inflamação na parede do cólon, ligado ao intestino grosso) não complicada.\n Assim, faria tratamento apenas com anti-inflamatório, analgésico e uma\n alimentação regulada, sem necessidade de cirurgia. Recebeu alta dois dias\n depois. \n \n Enquanto esteve em observação, deu brindes para as pessoas que cuidavam\n dele, como bonés e camisetas da seleção brasileira. \n \n Além disso, enfrenta acusação de estar envolvido no maior escândalo da\n história da Fifa. \n \n Um mês antes, foi alvo de protestos em várias cidades do país contra a sua\n administração. \n \n O chamado dossiê da ISL, ex-agência de marketing da entidade, falida em\n 2001, será avaliado pela Corte Federal da Suíça e tem documentos considerados\n comprometedores para Teixeira. \n \n O processo, que tramita desde 2008, possui os nomes de dirigentes que\n supostamente receberam propina em negociação pelos direitos de transmissão de\n Copas do Mundo. \n \n Pressionado, Teixeira perdeu força para virar o sucessor de Joseph Blatter\n na presidência da Fifa após a Copa de 2014, no Brasil. \n \n Em 2000, chegou a enfrentar duas CPIs (Comissões Parlamentares de\n Inquérito), no Congresso Nacional, porém o título da seleção no Mundial de\n 2002, segundo ele próprio, serviu para lhe dar força e terminar se mantendo à\n frente da CBF. \n \n Seu mandato iria até 2015 graças a uma manobra no estatuto da confederação.\n Em 2008, ele conseguiu convencer os presidentes das federações estaduais a\n estender a gestão, de quatro para sete anos, para "não interferir"\n nos preparativos do país para a Copa-2014. \n \n Sem ele, o estatuto da CBF diz que assumirá o vice-presidente mais idoso. Ao\n todo, eles são cinco, um para cada região do país, e esse status ficaria com\n José Maria Marin, 79. \n \n Representante do Sudeste e ex-governador de São Paulo, o dirigente\n recentemente foi flagrado por câmeras de TV colocando no próprio bolso uma das\n medalhas da premiação do título da Copa São Paulo de juniores conquistado no\n último dia 25 pelo Corinthians. \n \n Na ocasião, Marin disse que se tratava de "uma cortesia" da\n Federação Paulista.