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Esportes
15/06/2017 10:41:00
Rival do Galo na Libertadores tem técnico "Faroeste Caboclo", brasileiro e altitude

Globo Esporte/LD

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Partiu Bolívia! O Galo conheceu, na noite desta quarta-feira, o adversário das oitavas de final da Taça Libertadores 2017: o boliviano Jorge Wilstermann, da cidade de Cochabamba, time que se classificou em segundo lugar no grupo 5, que teve o Palmeiras como líder. A equipe teve 50% de aproveitamento na primeira fase, com três vitórias (em casa, no Estádio Félix Capriles) e três derrotas (fora).

Em 1998, o Galo enfrentou o Wilstermann em dois jogos pela Copa Conmebol. Venceu os dois jogos - 3 a 1 em Belo Horizonte e 1 a 0 em Cochabamba. Edgar (duas vezes) e Valdir Bigode (duas vezes) marcaram os gols do Galo nos confrontos contra os bolivianos.

Agora, 19 anos depois, os dois times voltam a se enfrentar, agora pela "Série A" das Américas. O GloboEsporte.com faz um Raio-X completo do adversário atleticano.

Esquema tático

O Jorge Wilstermann joga no convencional 4-2-3-1. Dois volantes marcadores, um meia aberto por cada lado, um camisa 10 centralizado - Chávez, ex-Boca - e um centroavante - Ríoz e Cabezas revezam. Destaque para o zagueiro Alex Silva, o "pirulito", brasileiro com passagens por Flamengo, São Paulo e Cruzeiro.

Treinador

Roberto Mosquera é o "entrenador" do Jorge Wilstermann. Parafraseando "Faroeste caboclo", música do Legião Urbana, ele é, literalmente, um "peruano que vive na Bolívia". Ex-jogador, deu início à carreira de técnico há 22 anos, em 1995, no Peru, seu país natal. O Wilstermann é o primeiro time estrangeiro que comanda - chegou nesta temporada.

Temporada 2017

Além da Libertadores, o Jorge Wilstermann também disputa o Campeonato Boliviano, mas não vai bem. É apenas o 10º colocado (em um torneio com 12 clubes), com 18 pontos em 18 rodadas. Venceu apenas cinco jogos, perdeu 10 e empatou três. Briga contra o rebaixamento. Ponto forte

Dois principais fatores jogam a favor do Jorge Wilstermann na Libertadores: a força como mandante e a altitude. Cochabamba fica 2570 metros acima do nível do mar. Comparada com outras cidades, como Potosí e La Paz, também na Bolívia, a altura não incomoda tanto, mas é algo a ser considerado. Os jogadores do Palmeiras, que enfrentaram o Wilstermann lá, não reclamaram da altitude, mas sim do tempo seco, que também atrapalha a respiração.

O estádio Félix Capriles tem capacidade para 32 mil torcedores e, na Libertadores, vive lotado. Lá, o Jorge Wilstermann venceu os três jogos como mandante da fase de grupos: foram 11 gols marcados e cinco sofridos, o que indica que, em casa, a equipe boliviana joga para frente, de forma aberta, também deixando espaços para os adversários - todos perderam lá, mas marcando gols.

Ponto fraco

Tecnicamente, a equipe de Cochabamba não assusta tanto, e a campanha no Campeonato Boliviano prova isso. Poucos jogadores fazem a diferença e, fora de casa, o time não assusta. Longe da Bolívia, na Libertadores, jogou três partidas, perdeu as três, marcou apenas um gol e sofreu cinco.

Problemas e logística

Em maio, o Palmeiras se aventurou em terras bolivianas para enfrentar o Jorge Wilstermann, na Bolívia. O Verdão perdeu por 3 a 2 dentro de campo, mas o que impressionou foi a estrutura do estádio Félix Caprile. Com uma infraestrutura muito precária, torcedores atiraram garrafas plásticas com líquidos suspeitos no gramado e até um isqueiro. Durante a partida, gandulas também esconderam as bolas quando a equipe estava boliviana estava vencendo.

Para os torcedores atleticanos que quiserem acompanhar a partida do Galo, o melhor caminho é o voo direto, que sai de São Paulo, além da possibilidade de fazer escala na cidade de Santa Cruz de Sierra, que é uma cidade mais estruturada.

Curiosidade

O nome do clube é em homenagem ao primeiro piloto boliviano de voos comerciais. Jorge Wilstermann viveu entre 1910 e 1936, quando faleceu em um acidente no avião que pilotava, em Oruro, também na Bolívia. Por isso, o clube é chamado de "El Aviador". O aeroporto de Cochabamba também leva o nome do ex-piloto.

Análise

Felipe Santana, zagueiro do Atlético-MG, analisou o Jorge Wilstermann e pediu cautela, principalmente pelo desempenho dos bolivianos contra o Palmeiras: em São Paulo, perdeu por 1 a 0 em um jogo duro; na Bolívia, venceu por 3 a 2.

  • Um adversário que consegue provocar dificuldade no Palmeiras tem de ser respeitado. Temos que respeitar o Jorge Wilstermann, assim como qualquer adversário na Libertadores. Ainda temos tempo para isso. Vamos focar no Brasileiro para chegar bem na Libertadores, para concluir nosso papel e começar a concluir o principal sonho, que é o título desse torneio.

Chaveamento

Se passar pelo Jorge Wilstermann, o Atlético-MG encara, nas quartas de final, River Plate, da Argentina, ou Guaraní, do Paraguai. Em uma eventual semfiinal, o Galo pode pegar Emelec (Equador), San Lorenzo (Argentina), The Strongest (Bolívia) ou Lanús (Argentina). Um confronto contra outra equipe brasileira, para o Atlético-MG, só em uma possível final. É válido lembrar que o Alvinegro, por ter feito a melhor campanha geral na primeira fase, decide em casa todos os confrontos de mata-mata.

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