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ImprimirRodrigo Caio bateu forte no próprio elenco do São Paulo. Identificado com o clube e criado em Cotia, o zagueiro campeão olímpico não poupou críticas aos atletas pelo ano do Tricolor, eliminado de todas as competições e brigando contra o Z-4 na parte final do Brasileirão.
O defensor criticou a desorganização da equipe e usou como exemplo o empate com o Grêmio, por 1 a 1, no Morumbi, na última quinta-feira. Questionado se o problema era uma questão tática ou de falta de comprometimento, não hesitou:
– Falta de comprometimento. A gente treina, o técnico pede para nos ajudarmos. No momento do jogo entendemos que o desgaste é muito grande, mas cada um tem de ter reflexão para um time vencer. Todos têm que correr e se dedicar. Em muitos jogos isso não aconteceu. A equipe não recompõe e por isso vivemos essa fase – criticou.
Pouco depois, Rodrigo Caio foi questionado sobre se uma limpa geral no elenco para 2017 o surpreenderia. O defensor novamente foi incisivo.
– Não, a diretoria tem todo direito de fazer isso. E os jogadores sabem disso. São três jogos para cada jogador mostrar que tem condição de ficar. Se resolverem fazer uma limpa geral, uma reestruturação completa, não podemos falar nada, porque estão no direito deles pelo ano que fizemos. Um ano muito difícil, brigando na parte debaixo da tabela. Não temos o direito de falar nada – afirmou.
Ciente da distância para o G-6, Rodrigo Caio também jogou a toalha por uma vaga na Taça Libertadores e falou em terminar o ano com dignidade.
– Ficou praticamente impossível, essa é a realidade. Têm mais três jogos, estamos a seis pontos do Atlético-PR. Descartamos essa hipótese. Precisamos jogar pela dignidade de cada um e terminar um ano digno, com maior número de pontos possível. Esse é o objetivo. A gente sabe que está devendo, a equipe não consegue emplacar, e isso não pode acontecer em uma equipe grande como São Paulo. O mínimo é correr, se dedicar e ganhar os próximos jogos – disse.
Segundo Rodrigo Caio, o péssimo segundo semestre do São Paulo teve parte de ilusão pela campanha na Taça Libertadores, competição em que o time caiu nas semifinais para o Atlético Nacional. Na sua visão, as saídas de referências como Calleri, Ganso e Alan Kardec não foram a única razão pela queda de rendimento.
– Não pode colocar toda culpa nisso, porque vieram jogadores também. Depois que saímos da Libertadores, que, na minha opinião, a gente se iludiu com a campanha. Fizemos bons jogos, não podemos tirar os méritos, mas foi uma ilusão. Ficamos em uma situação difícil no Brasileiro e não tivemos uma retomada rápida. Naquele momento só se pensava na Libertadores. Tínhamos grandes chances, crescemos na competição, mas deixamos de lado o Brasileiro. Pagamos agora no final, porque é um campeonato muito difícil, com bons times. Precisa ter um planejamento muito bom, com elenco forte, grande e qualificado, para não deixar de lado nenhuma competição. Isso fez o time brigar até o fim contra o Z-4.