\n \n A menos de dois anos da Copa de 2014, a Seleção Brasileira está\n 70% pronta nas contas do técnico Mano Menezes. Em meio a uma crise de\n desconfiança da torcida e pressionada por um futebol menos ruim, o time\n nacional começa a percorrer os 30% que faltam nesta segunda-feira, quando\n encara a China às 22h (de Brasília), no Estádio do Arruda, no Recife.\n \n Mesmo se deixar a capital pernambucana com 1% a mais resolvido,\n Mano já ficará aliviado se a Seleção realizar uma partida menos medíocre do que\n na suada vitória diante dos sul-africanos. A pressão em cima do treinador no\n Morumbi ganhou grandes proporções, com vaias ostensivas, gritos de adeus e\n desaprovação a um futebol confuso e pouco inspirado.\n \n Se não colocou Mano próximo da demissão, o jogo aumentou o\n desgaste em cima do técnico. Até o momento são 23 vitórias em 34 partidas, mas\n o que os aspectos mais lembrados no balanço de seu trabalho são o fracasso na\n Copa América, as derrotas para grandes e a decepção pela prata olímpica. Se tem\n a palavra do presidente José Maria Marin de que continua no cargo, Mano luta\n para que a pressão popular não faça seu chefe mudar de ideia.\n \n Neste ponto, o jogo estar marcado para o Recife dá um refresco\n prévio ao treinador. Ao contrário de São Paulo, a cidade pernambucana é\n conhecida por acolher a Seleção em momentos de dificuldade, como na vitória\n contra a Bolívia, nas Eliminatórias de 1993, que colocou fim a uma má fase que\n ameaçava a presença da Seleção na Copa.\n \n O problema é que o alto preço dos ingressos, somado a um horário\n inconveniente, complementado pela falta de empolgação com o futebol da Seleção,\n afugentou o torcedor. Apenas 11.180 bilhetes, mais 7.000 camarotes, foram\n comercializados com antecedência. O Arruda tem capacidade para 55 mil pessoas.\n \n Parte do desinteresse também está relacionado à dificuldade de\n Mano em formar um time ideal e um sistema de jogo. Contra a China, o treinador mais\n uma vez mudará a equipe em busca de soluções para problemas crônicos. "Nós\n temos que ter uma Seleção pronta para a Copa das Confederações. Essa é a ideia\n de preparação", afirmou. O técnico só repetiu a escalação uma vez na\n Seleção principal.\n \n Desta vez, quem perde o lugar é Leandro Damião. Em alta pelo gol\n marcado no Morumbi, Hulk entra no time e dá uma nova cara à formação ofensiva\n do Brasil. Neymar jogará como um falso centroavante, com Hulk (direita), Oscar\n (centralizado) e Lucas (esquerda) no apoio. Ramires volta a ser volante.\n \n Dos 30% restantes para o encontro do time ideal, quase a\n totalidade da porcentagem está na formação ofensiva da equipe. Se na defesa\n Mano só não definiu quem será seu goleiro, no meio-de-campo e ataque sobram\n incertezas. Com mudanças constantes de esquemas e nomes, apenas Ramires, Oscar\n e Neymar hoje parecem ter cadeira cativa entre os 11 titulares.\n \n China valorizada\n \n Seleção de pior ranking que o Brasil enfrentará desde que Mano\n assumiu o cargo, a China é vista com cautela pelos brasileiros. Apesar de\n ocuparem a 78ª posição do ranking, os chineses recentemente ganharam da França\n e perderam por apenas um gol da poderosa Espanha. O país, no entanto, já está\n fora das Eliminatórias da Ásia.\n \n "Talvez possamos tratar com mais naturalidade essa questão,\n para que não pensem que estamos jogando contra ninguém. Os jogos contra todos\n na competição têm mostrado isso. Eu entendo torcedor e o torcedor pode cobrar.\n Mas a gente tem o dever de passar que as coisas no futebol mudaram", disse\n Mano.\n \n Depois de perder por 1 a 0 da Suécia na última sexta-feira, a\n China vem ao Brasil desfalcada do lateral esquerdo Sun Xiang e do meio-campista\n Zheng Zhi, que retornaram ao país para defenderem o Guangzhou na Liga Asiática\n de Clubes. Em contrapartida, Hao Junmin, que já atuou no Schalke 04, se junta\n ao grupo chinês. Durante toda a semana, os brasileiros demonstraram preocupação\n com a retranca adversária. \n \n \n \n \n