Globo Esporte/LD
ImprimirAnunciado na manhã desta quarta-feira, o fim da parceria entre Fluminense e Unimed surpreendeu muitos tricolores, mas vinha sendo costurado pelas partes há pelo menos 40 dias. Durante todo esse tempo, o presidente do clube, Peter Siemsen, e o presidente da cooperativa de médicos, Celso Barros, mantinham conversas para colocar um ponto final na relação e decidiam como fazer, o que ocorreu nesta terça-feira. Há um ponto que promete agitar o ambiente das Laranjeiras: o plano de saúde não pagará mais os direitos de imagens dos atletas que têm contrato em vigor com o clube. A empresa, porém, garante que honrará os contratos.
A nota da Unimed informa que a decisão é fruto de uma revisão da estratégia de marketing da empresa. No entanto, ela é baseada na grave crise financeira que a patrocinadora atravessa. Apesar de dar o vínculo como encerrado, Celso Barros ainda tem contratos a cumprir com vários jogadores: Fred, Conca, Henrique, Rafael Sobis, Walter, Jean, Wagner. Todos eles recebem direitos de imagem da Unimed. São valores que representam de 50% a 80% de seus vencimentos. Cícero passaria a receber a partir de janeiro de 2015.
Segundo o GloboEsporte.com apurou, a Unimed quer rescindir os contratos unilateralmente e vai notificar os atletas. Ela alega que não tem como cumprir os acordos. Este foi um ponto que embasou o plano de reestruturação da empresa. Neste caso, os jogadores teriam de ir à Justiça. Celso espera que eles busquem outras equipes, o que o livraria da obrigação de cumprir com os pagamentos. O Fluminense, por sua vez, pretende adotar a postura de honrar a sua parte nos contatos com os atletas que quiserem ficar.
Duas figuras centrais representam a maior preocupação: Fred e Conca. O atacante e o meia são os maiores salários do elenco e juntos custam para a patrocinadora cerca de R$ 1,3 milhão por mês. Valor que chega a cerca de R$ 5 milhões se ampliado aos demais atletas.
Existem variações nos contratos. A rescisão de Darío Conca, por exemplo, é de R$ 12 milhões. Fred recebe R$ 650 mil de direitos de imagem da Unimed – o Fluminense paga mais R$ 300 mil (R$ 100 mil de CLT e R$ 200 mil de imagem). O documento prevê que ele receba o valor até o fim do contrato, em dezembro de 2015, mesmo em caso de ruptura entre clube e patrocinadora. Nos contratos mais recentes, não há esta cláusula.
Em contato com o GloboEsporte.com, Celso Barros apresentou a sua versão sobre o caso. O presidente da Unimed garantiu que honrará os contratos apesar da crise financeira pela qual passa a empresa:
- Eu garanto: a Unimed vai cumprir todos os seus contratos com os jogadores do Fluminense. Os contratos serão honrados. Mesmo que a parceria tenha sido encerrada, mesmo que a marca da Unimed não esteja estampada no uniforme do clube.
Celso também explicou o motivo de encerrar o contrato com o clube do coração.
- Evidentemente que estamos nos reestruturando. Ano que vem será difícil à economia brasileira e, portanto, decidimos investir menos em marketing. A empresa se reestrutura a cada ano. É uma decisão que não é fácil, mas no mundo dos negócios é algo normal. A empresa não vai deixar de investir em esporte, mas o fará em escala menor. Bem menor. Acho que o saldo da parceria é positivo. Com exceção do ano passado, o saldo é ótimo. Começamos em 1999 na Série C. E crescemos. Tanto a empresa quanto o clube. Tivemos muitas conquistas. É extremamente positivo.
Peter Siemsen ainda não se pronunciou sobre o caso. O mandatário concederá entrevista coletiva nesta quinta-feira.