\n \n Os\n ministros Luiz Alberto Figueiredo, das Relações Exteriores, e José Eduardo\n Cardozo, da Justiça, disseram nesta segunda-feira (2) que o Brasil já cobrou\n uma resposta formal que deve ser enviada "por escrito" pelo governo\n dos Estados Unidos sobre a denúncia de que Agência Nacional de Segurança (NSA,\n sigla em inglês) espionou mensagens eletrônicas e ligações telefônicas da\n presidente Dilma Rousseff e de seus assessores. A violação da comunicação da\n presidente brasileira foi denunciada ontem (1) em uma reportagem do programa de\n televisão Fantástico.\n \n "O\n Brasil vai aguardar uma resposta formal e por escrito dos EUA, que deve ser\n enviada ainda esta semana para explicar as denúncias que saíram na imprensa\n brasileira. Depois disso vamos estudar uma resposta", disse Figueiredo.\n \n O\n Ministro da Justiça, por sua vez, voltou a repetir que se a espionagem for\n confirmada, os programas da NSA teriam realizado uma violação inadmissível da\n soberania do Brasil. "Eu sou advogado, então vou me pautar pelo\n pressuposto do contraditório. Vamos esperar a resposta do governo americano. A\n violação da soberania não é permitida sob nenhum pretexto, mas se ela se dá em\n uma dimensão política e empresarial a situação fica, sem sombra de dúvida,\n pior", reforçou Cardozo.\n \n Os\n ministros disseram que o governo já entrou em contato com vários países,\n inclusive com os membros do Brics (bloco formado pelos emergentes Brasil,\n Rússia, Índia, China e África do Sul) e do Mercosul para discutir a espionagem\n eletrônica. Figueiredo confirmou que o País levará a questão aos fóruns\n internacionais e também defendeu um trabalho conjunto para estabelecer uma\n regulamentação internacional para a internet.\n \n Figueiredo\n defendeu que a "governança internacional da internet" poderá coibir a\n exposição de dados de cidadãos e governos às escutas. "Queremos uma\n regulamentação para proteger direitos. Ninguém quer ir contra a liberdade da\n internet, muito pelo contrário. Queremos evitar que dados privados sejam\n expostos sem autorização", disse.\n \n Na\n semana passada, Cardozo esteve nos Estados Unidos e propôs um acordo que\n limitaria o acesso dos americanos aos dados de brasileiros mediante autorização\n judicial. Os EUA rejeitaram a proposta.\n \n Hoje\n de manhã Figueiredo se reuniu com o embaixador americano Thomas Shannon. Ele\n expôs a "indignação do governo brasileiro ante as denuncias de violação\n das comunicações da senhora presidente da República" e disse que teria\n dado um recado claro para o diplomata americano. "Tivemos uma conversa\n direta e o embaixador entendeu que queremos uma resposta formal sobre o\n assunto", relatou Figueiredo.\n \n Reação do governo
\n Questionado sobre qual será a reação do governo brasileiro se as denúncias\n forem confirmadas, os ministros disseram que não poderiam antecipar nada, mas\n que muitas ações estão sendo estudadas. Eles também foram evasivos e não\n comentaram a visita oficial de Dilma Rousseff a Washington, marcada para o mês\n de outubro. "Não estamos aqui para falar da visita aos Estados Unidos e\n sim das denúncias de espionagem", enfatizou Figueiredo.\n \n A\n Folha de S.Paulo destacou que assessores próximos à presidente disseram que ela\n está muito irritada com o caso e já cogita cancelar o compromisso com o\n presidente americano Barack Obama. Dilma Rousseff estaria "indignada"\n com o caso.\n \n Logo\n que as primeiras denúncias de espionagem da NSA vieram a tona, o governo\n brasileiro cobrou explicações. O embaixador americano no Brasil disse\n publicamente que as mensagens não eram violadas, só contabilizadas. As novas\n denúncias mostraram que os dados são acessados e podem estar sendo usados pelos\n EUA para obter informações privilegiadas, vantagens comerciais e acesso a\n comunicações secretas.\n \n \n \n \n