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18/12/2013 09:00:00
Maria da Penha aponta falhas em cumprimento de lei que leva o seu nome
A farmacêutica Maria da Penha tornou-se um símbolo no combate à violência contra a mulher no Brasil. Ela chegou a ficar internada por quatro meses devido a um tiro disparado pelo ex-marido, que a deixou paraplégica.

Terra/LD

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\n \n \n \t A farmacêutica Maria da Penha tornou-se um símbolo no combate à \n violência contra a mulher no Brasil. Ela chegou a ficar internada por \n quatro meses devido a um tiro disparado pelo ex-marido, que a deixou \n paraplégica. O caso ganhou repercussão e, apesar da morosidade da \n Justiça, resultou na principal ferramenta jurídica de defesa das \n mulheres vítimas de violência. Ter seu nome vinculado à lei não a faz \n esmorecer. Em entrevista ao programa 3 a 1, da TV Brasil, ela admitiu \n que a lei sozinha, só no papel, não funciona. O programa vai ao ar nesta\n quarta-feira.\n \n \t “Falta criar políticas públicas, (e investimentos em) delegacias da \n mulher, centros de referências da mulher, casa-abrigo e juizado”, disse \n Maria da Penha. “Mas não adianta ter a política pública se quem está \n trabalhando não for sensível e não for capacitado ‘para atender à \n mulher’”, acrescentou. Foram necessários quase 20 anos para que o \n ex-marido fosse condenado pelo crime que cometeu. Ele ficou preso dez \n anos e hoje está livre.\n \n \t Penha considera a divulgação de casos como o dela, ocorrido em 1983, \n muito importante. Em outra ocasião, lembrou a farmacêutica, ele tentou \n eletrocutá-la, danificando o chuveiro elétrico. “(Por isso) vou escrever\n um livro e contar minha história”, anunciou durante o programa. “O \n livro vai mostrar que o Poder Judiciário não faz justiça e que as \n políticas públicas que devem ser criadas para atender à lei não existem.\n (E mostrar que) gestor público não se sensibiliza (em casos que \n envolvem violência contra mulheres)”.\n \n \t A lentidão do Judiciário foi criticada por ela durante a entrevista. \n “Eu vi a demora do Poder Judiciário, deixando o processo dentro das \n gavetas e atendendo recursos procrastinadores”. Penha lembrou que, no \n primeiro julgamento, o marido foi condenado a uma pena de oito anos, mas\n acabou livre por causa de recursos.\n \n \t “Naquele momento, eu fiquei muito angustiada. Já era conduta do \n Judiciário garantir a impunidade dos agressores na época”, disse ela ao \n lembrar os efeitos que a situação causava em sua família. “Precisamos \n criar nossos filhos em um ambiente saudável, uma ambiente sem \n violência”, acrescentou. “E não adianta ter a política pública se quem \n está trabalhando não for sensível e não for capacitado. Mudar a cultura é\n difícil. Tem de haver um olhar público para quem tem a responsabilidade\n de aplicar e dar agilidade aos processos”.\n \n
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