\n \n Fã\n de romances, dramas e filmes épicos no cinema, de documentários e das novelas\n da televisão brasileira, Vinícius Battaglin Coquemala Wanderley, 19 anos, nesta\n semana, passou a ser um dos integrantes das salas aula do curso de Artes\n Cênicas e Dança da Universidade Estadual de Mato\n Grosso do Sul (Uems). Não haveria nada de inusitado nesta cena,\n não fosse por um detalhe: o jovem, que sonha em deixar de ser espectador e quer\n passar a fazer parte dos atos de uma peça teatral e ver o nome nas famosas\n letrinhas subindo no final dos filmes, tem Síndrome de Down. Aliás, ao que tudo\n indica, Vinícius é o primeiro portador do distúrbio genético do Estado a sentar\n no banco de uma universidade.\n \n “Quero\n ultrapassar barreiras e quero ter meus fãs”, resume o sonhador. Vinícius\n terminou o ensino fundamental em 2010 e o médio, por meio do Ensino para Jovens\n e Adultos (EJA), em 2011.\n \n No\n ano passado, preparou-se, “bem pouco”, admite, para prestar o Exame Nacional do\n Ensino Médio (Enem) e concorrer à vaga da graduação que sempre quis fazer.\n Inscreveu-se no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e disputou com outros à\n vaga em Arte Cênicas da Uems, curso criado em 2009. Ele foi chamado na terceira\n convocação, mas orgulha-se em dizer que não se valeu sistemas de cotas pra\n ingressar na universidade. “Briguei com os cabeças”, brinca, referindo-se ao\n fato de ter concorrido com candidatos sem as mesmas limitações dele.\n \n \n \n \n