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ImprimirO Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul (Sinepe) se posicionou contra o retorno às aulas em escolas particulares a partir do dia 1º de julho em Campo Grande. Estão reunidos, na tarde desta quarta-feira (24), representantes das instituições de ensino particulares, MPMS (Ministério Público) e prefeitura para decidir a questão.
Ao Jornal Midiamax, a presidente do Sinepe, professora Maria da Glória, disse, antes da reunião, que agora não é o momento para voltar. “Sempre trabalhamos com o fato de que o aumento [dos casos de coronavírus] seria em junho e julho. Agora não é hora. O foco é a saúde das crianças”, argumentou.
Em transmissão ao vivo pelo Facebook, essa semana, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) deixou claro que essa data era apenas uma base. Segundo ele, o MPMS a definiu para apresentar às escolas, mas que essa questão ainda teria que ser muito bem analisada.
Situação contrária
Um dos critérios definidos na última reunião para que fosse possibilitado o retorno às aulas era a disponibilidade de leitos no município. Conforme o MPMS, a taxa de ocupação deveria estar abaixo dos 50%, porém, atualmente, 71% dos leitos UTI da Capital estão ocupados.
O sinal de alerta acende-se quando se alcança o índice de 80% de ocupações globais de leitos de UTI – o que está próximo. Vale lembrar que além da variável da taxa de ocupação, a velocidade do crescimento do número de confirmações também é considerado.
Porém, esta é a direção para qual caminha Campo Grande, que contabilizou na terça-feira (23) 1.341 confirmações, dos quais 897 já estão curados, mas 53 seguem internados.
Além dos pacientes de Covid-19 da própria cidade, vale lembrar que Campo Grande também é sede de macrorregião sanitária. Ou seja: a estrutura hospitalar da cidade atende os demais municípios da mesma área que não dispõem de UTI.
Medo do retorno
Ao Jornal Midiamax, mães que possuem filhos matriculados em escolas particulares confessaram que pensam em não enviar as crianças para o ensino presencial durante a pandemia. A busca da antecipação de um retorno presencial aflige os responsáveis de alunos com doenças respiratórias.
Momentos antes do início do encontro, um grupo ligado a escolas particulares insistia, mesmo com a situação da cidade de aumento de casos e lotação de leitos, pelo retorno das aulas com faixas.
A situação é que logo após a suspensão das aulas por conta da pandemia, em março, um grupo formado por grandes escolas particulares se uniu para pressionar o Ministério Público. Eles pleiteavam o retorno para o dia 15 de abril, inclusive haviam se mobilizado para entrar na Justiça para conseguir que a reivindicação deles fosse atendida.
Luta por mensalidades
Desde o início da pandemia houve muita resistência para que as instituições de ensino oferecessem descontos na mensalidade dos alunos. Além disso, houve redução no número de estudantes, resultado da crise provocada pelos efeitos da pandemia do coronavírus.