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03/06/2013 09:00:00
Apenas 3% da soja do mundo é certificada, diz estudo da KPMG
Apenas 3% da soja do mundo é certificada de acordo com algum padrão para promoção de uma produção mais responsável, segundo estudo divulgado hoje pela KPMG International.

Midiamax/LD

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\n \n Apenas 3% da soja do mundo é certificada de acordo com algum\n padrão para promoção de uma produção mais responsável, segundo estudo divulgado\n hoje pela KPMG International. \n \n Intitulado “O mapa do caminho para uma soja responsável:\n abordagens para elevar a certificação e reduzir riscos”, o documento afirma que\n o grão ainda está bem atrás quando comparado a outras commodities agrícolas com\n nível de certificação muito mais alto. Segundo o estudo, a produção de\n whitefish (um tipo de peixe comum no Hemisfério Norte) já é 50% certificada. Em\n relação ao café, a certificação já abrange 16% do grão produzido mundialmente, enquanto\n que no óleo de palma atinge 14%.\n \n O estudo — realizado em parceria com a Sustainable Trade\n Initiative (IDH), WWF, FMO (agência de financiamento ao desenvolvimento da\n Holanda) e o International Finance Corporation (IFC, braço de investimento do\n setor privado do Banco Mundial) — identifica as barreiras que impedem o\n crescimento da certificação da produção de soja e propõe um plano de ação.\n Entre essas barreiras estão a disponibilidade desigual de certificação e os\n custos altos, que muitos produtores não conseguem arcar. Alerta também para a\n falta de incentivos financeiros que encorajem a certificação do produto. “O\n payback médio para o produtor rural que busca a certificação é de três anos”,\n diz o estudo. “Para fazendas maiores, mais preparadas, é de até um ano”. \n \n A fraca demanda do mercado por certificação é outro entrave\n importante. A China, maior importador mundial de soja, em geral não requer\n protocolos socioambientais. \n \n De acordo com Jerwin Tholen, da KPMG, “a indústria de alimentos,\n de ração animal e de biocombustíveis enfrentam riscos maiores com a demora\n nesse processo”. Por isso, “recomendamos às empresas que avaliem o assunto e\n seu potencial impacto, e desenvolvam uma estratégia em resposta e um plano de\n ação”. \n \n Esses potenciais impactos aos negócios devem-se ao fato de a\n cadeia da soja estar associada a problemas de ordem ambiental e social. O\n relatório lembra que a produção da oleaginosa está comumente ligada ao\n desmatamento de áreas sensitivas e a práticas trabalhistas pobres. \n \n Segundo a organização ambientalista WWF, a produção dessa cultura\n foi responsável diretamente por pelo menos metade da derrubada de florestas\n nativas em regiões ameaçadas pelo mundo. “A busca pela certificação ajudaria a\n reduzir riscos reputacionais e comerciais”, diz. \n \n Para Cassio Moreira, coordenador do programa de Agricultura e Meio\n Ambiente do WWF Brasil, a produção de soja, na forma atual, tem sido altamente\n questionável. “A soja foi identificada como um fator-chave para a destruição do\n Cerrado brasileiro, a savana biologicamente mais rica no mundo, e pelas\n florestas tropicais. Além disso,as condições trabalhistas nas lavouras de soja\n da América Latina e países emergentes da Ásia também têm sido criticados”. \n \n \n \n \n
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