CGN/LD
ImprimirDenunciado por esquema de corrupção e organização criminosa, o atual presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário, foi à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro, para escolher o seu próprio substituto.
A Operação Cartão Vermelho, deflagrada em maio, resultou na prisão de Cezário e outras seis pessoas acusadas de envolvimento no desvio de R$ 6 milhões. Cezário deixou a prisão e é monitorado por tornozeleira eletrônica desde 27 de junho.
O Campo Grande News apurou que o mandatário do futebol sul-mato-grossense há mais de 20 anos estava com viagem marcada para o Rio de Janeiro e foi acompanhado por aquele que será seu substituto, João Garcia, vice-presidente da entidade e que também esteve à frente do Aquidauanense por 15 anos.
A gestão do atual interventor, Estevão Petrallás, também nomeado pela CBF, termina no próximo dia 27. Procurado pela reportagem, Petrallás se disse “surpreso” com a atuação de Cezário para definir o seu substituto.
Uma das medidas cautelares para que Cezário deixasse a cadeia, além da tornozeleira, era não comparecer a sede da entidade e não desempenhar qualquer função referente à federação, mas o que não impediu de articular o nome daquele que assume como da “bola” a partir de agora.
A gestão encabeçada por Cezário termina a gestão em 2027, porém a entidade já tem novo estatuto social. Entre os principais pontos do novo estatuto, estão o mandato de quatro anos com apenas um direito à reeleição; proibição de nepotismo de parentes até 3º grau e eleição para diretoria executiva (a ser formada por presidente, vice-presidente, secretário geral, diretor de competições e tesoureiro).
Sobre a viagem ao Rio de Janeiro, Cezário se manifestou através do advogado André Borges. Ele disse que "não tem nada para ir à CBF, apesar de não estar proibido de falar com a entidade nacional Quanto à FFMS, está ciente do afastamento e tem cumprido a ordem judicial".
A Operação Cartão Vermelho cumpriu sete mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas no dia 21 de maio. Na casa de Cezário, na Vila Taveirópolis, foram encontrados R$ 800 mil em espécie.
Em nota, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul informou que as investigações duraram 20 meses e revelaram a existência de uma organização criminosa dentro da Federação, cujo objetivo era desviar valores provenientes do Estado (através de convênios, subvenções ou termos de fomento) ou mesmo da CBF, em benefício próprio e de terceiros.