Geral
07/05/2013 08:37:21
Brasil e Japão podem ter achado "continente perdido" no Atlântico
As novas conclusões foram obtidas a partir do apoio do submergível japonês Shinkai 6500, capaz de descer a 6,5 mil metros de profundidade, que foi usado para coletar material da região do Alto Rio Grande.
Terra/LD
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\n \n Uma expedição do Serviço Geológico do\n Brasil (CPRM) com a cooperação da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da\n Terra e do Mar (Jamstec) deixou pesquisadores mais perto de concluírem que a\n Elevação do Alto Rio Grande, região mais rasa localizada a cerca de 1,5 mil\n quilômetros da costa do Sudeste, é uma parte da Plataforma Continental\n Brasileira, que se desprendeu e afundou com o movimento das placas tectônicas.\n \n As novas conclusões foram obtidas a partir\n do apoio do submergível japonês Shinkai 6500, capaz de descer a 6,5 mil metros\n de profundidade, que foi usado para coletar material da região do Alto Rio\n Grande.\n \n Por meio de dragagem, pesquisadores\n brasileiros já tinham encontrado granito na região e agora confirmaram a\n presença da rocha com os mergulhos possibilitados pelo veículo. Menos denso que\n as rochas normalmente encontradas no fundo do oceano, o granito está mais\n associado aos continentes. O Pão de Açúcar, por exemplo, é feito de granito.\n \n "O fato de haver um continente naquela\n região, nos abre outras possibilidades. Até que ponto foi uma extensão de São\n Paulo que se desgarrou e ficou para trás? Isso nos leva a pensar no que fazer para\n a região. Não só conhecer, mas requerer essa área", disse Roberto Ventura,\n diretor de Geologia e Recursos Minerais do CPRM. Ele conta que o Alto Rio\n Grande tem sido chamado de Atlântida no órgão, em referência ao mitológico\n continente que teria afundado no oceano.\n \n Alto Rio Grande pode ter tamanho do Estado\n de São Paulo\n \n
\n O tamanho do Alto Rio Grande ainda não foi definido com clareza, mas Ventura\n estima que seja comparável ao Estado de São Paulo. O diretor conta que países\n como Rússia e França já requereram áreas no Atlântico Sul, onde a China também\n realiza pesquisas, o que torna o estudo estratégico para o Brasil, que possui a\n maior costa do oceano. A longo prazo, segundo o geólogo, a região pode se tornar\n um ponto de mineração submarina, com a perspectiva de extração de ferro,\n manganês e cobalto.\n \n O Shinkai 6500 custou cerca de US$ 130\n milhões ao governo japonês e faz pesquisas em águas profundas desde 1991.\n Também foram investidos US$ 100 milhões no navio Yokosuka, para adequar a\n embarcação para transportar o submergível. Hiroshi Kitazato, pesquisador\n japonês que coordenou os trabalhos da Jamstec na expedição, destacou o\n interesse do país asiático em pesquisar o oceano: "Essa é a região que\n menos foi explorada no mundo inteiro. Então, acreditamos que é muito importante\n pesquisá-la. Antes, o Shinkai fez expedições mais próximas ao Japão, no Índico\n e no Pacífico", disse.nbsp;\n \n Roberto Ventura conta que um submergível\n como o Shinkai e um navio como o Yokosuka são tecnologias que "não podem\n ser compradas em prateleiras", pois precisam ser desenvolvidas e operadas\n por pessoal capacitado, condições de que o Brasil ainda não dispõe. O\n pesquisador criticou a burocracia a que estão submetidas pesquisas científicas,\n que precisam de importações de peças. "O nosso amadurecimento precisa ser\n na questão burocrática também. Para a gente competir, do ponto de vista\n tecnológico, em ciência, a gente precisa ser muito mais ágil", destacou.\n \n O pesquisador do CPRM Eugênio Frazão esteve\n em um dos sete mergulhos em grande profundidade. O pesquisador levou cerca de\n uma hora e meia para atingir a profundidade de 4,2 mil metros. O mergulho durou\n cerca de oito horas. Ele destaca que, além de rochas continentais, foram\n encontradas espécies não conhecidas em situações muito adversas, e até um coral\n com caraterísticas específicas de águas profundas.\n \n A expedição Iatá-Piuna, "Navegando em\n Águas Profundas e Escuras", em tupi-guarani, teve início em 13 de abril,\n na Cidade do Cabo, na África do Sul e percorreu, no primeiro trecho, a Elevação\n do Rio Grande e a Cordilheira de São Paulo. No segundo trecho, será explorado o\n Platô de São Paulo. Seis pesquisadores brasileiros acompanham o navio que\n depois de pesquisar o Atlântico Sul, segue para o Mar do Caribe.\n \n Nesta segunda-feira, representantes da\n Jamstec, da Embaixada do Japão no Brasil e do governo brasileiro se reuniram no\n Píer Mauá para celebrar a cooperação entre os dois países e para dar início à\n exposição "A Nova Fronteira do Conhecimento", que ficará aberta ao\n público hoje e receberá alunos de escolas públicas nesta terça-feira.\n \n \n \n \n
\n O tamanho do Alto Rio Grande ainda não foi definido com clareza, mas Ventura\n estima que seja comparável ao Estado de São Paulo. O diretor conta que países\n como Rússia e França já requereram áreas no Atlântico Sul, onde a China também\n realiza pesquisas, o que torna o estudo estratégico para o Brasil, que possui a\n maior costa do oceano. A longo prazo, segundo o geólogo, a região pode se tornar\n um ponto de mineração submarina, com a perspectiva de extração de ferro,\n manganês e cobalto.\n \n O Shinkai 6500 custou cerca de US$ 130\n milhões ao governo japonês e faz pesquisas em águas profundas desde 1991.\n Também foram investidos US$ 100 milhões no navio Yokosuka, para adequar a\n embarcação para transportar o submergível. Hiroshi Kitazato, pesquisador\n japonês que coordenou os trabalhos da Jamstec na expedição, destacou o\n interesse do país asiático em pesquisar o oceano: "Essa é a região que\n menos foi explorada no mundo inteiro. Então, acreditamos que é muito importante\n pesquisá-la. Antes, o Shinkai fez expedições mais próximas ao Japão, no Índico\n e no Pacífico", disse.nbsp;\n \n Roberto Ventura conta que um submergível\n como o Shinkai e um navio como o Yokosuka são tecnologias que "não podem\n ser compradas em prateleiras", pois precisam ser desenvolvidas e operadas\n por pessoal capacitado, condições de que o Brasil ainda não dispõe. O\n pesquisador criticou a burocracia a que estão submetidas pesquisas científicas,\n que precisam de importações de peças. "O nosso amadurecimento precisa ser\n na questão burocrática também. Para a gente competir, do ponto de vista\n tecnológico, em ciência, a gente precisa ser muito mais ágil", destacou.\n \n O pesquisador do CPRM Eugênio Frazão esteve\n em um dos sete mergulhos em grande profundidade. O pesquisador levou cerca de\n uma hora e meia para atingir a profundidade de 4,2 mil metros. O mergulho durou\n cerca de oito horas. Ele destaca que, além de rochas continentais, foram\n encontradas espécies não conhecidas em situações muito adversas, e até um coral\n com caraterísticas específicas de águas profundas.\n \n A expedição Iatá-Piuna, "Navegando em\n Águas Profundas e Escuras", em tupi-guarani, teve início em 13 de abril,\n na Cidade do Cabo, na África do Sul e percorreu, no primeiro trecho, a Elevação\n do Rio Grande e a Cordilheira de São Paulo. No segundo trecho, será explorado o\n Platô de São Paulo. Seis pesquisadores brasileiros acompanham o navio que\n depois de pesquisar o Atlântico Sul, segue para o Mar do Caribe.\n \n Nesta segunda-feira, representantes da\n Jamstec, da Embaixada do Japão no Brasil e do governo brasileiro se reuniram no\n Píer Mauá para celebrar a cooperação entre os dois países e para dar início à\n exposição "A Nova Fronteira do Conhecimento", que ficará aberta ao\n público hoje e receberá alunos de escolas públicas nesta terça-feira.\n \n \n \n \n
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