Domingo, 8 de Junho de 2025
Geral
02/05/2012 09:00:00
Com apoio da Marinha, recém-nascido é socorrido pelo Povo das Águas
Os gêmeos Rodrigo e Ronaldo nasceram no último dia 05 de abril na Maternidade de Corumbá. Três dias depois, a mãe, Rosilene Moura de Arruda, já estava com eles em um pequeno sítio na região do Paraguai Mirim, parte alta do Pantanal corumbaense.

Diário Online/LD

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\n \n Os gêmeos Rodrigo e Ronaldo nasceram no último dia 05 de abril na\n Maternidade de Corumbá. Três dias depois, a mãe, Rosilene Moura de Arruda, já\n estava com eles em um pequeno sítio na região do Paraguai Mirim, parte alta do\n Pantanal corumbaense. Quando a equipe do Programa Social Povo das Águas aportou\n na localidade encontrou Ronaldo, então com 20 dias de vida, bastante\n desidratado e bem abaixo do peso ideal.\n \n Após passar por uma avaliação médica, ele foi medicado e ficou em\n observação durante toda a noite. Rosilene foi alojada em um dos quartos da\n embarcação e, enquanto se dedicava ao filho debilitado, contou com a ajuda de\n toda a equipe para cuidar de Rodrigo, que estava saudável. Quando o barco\n atracou em frente à escola Paraguai Mirim, o corpo clínico conseguiu contato\n com a Secretaria Municipal de Saúde.\n \n Na manhã do dia seguinte, o helicóptero do 6º Distrito Naval\n pousou em um campo bem próximo a unidade escolar. Rosilene e os gêmeos foram\n trazidos para a cidade, onde foram novamente examinados. O filho mais velho da\n ribeirinha, de três anos, ficou aos cuidados de uma irmã. Os meninos foram\n medicados, realizaram o teste do pezinho e estão, junto com a mãe, na casa de\n parentes no bairro Cristo Redentor.
\n Os irmãos ganharam kits-bebê, mosquiteiros, redes, brinquedos e outros produtos\n de primeira necessidade. "Quero ver se nessa semana ainda volto pra\n casa", disse Rosilene, descendente de uma família de oito irmãos e com\n vários casos de nascimento de gêmeos. "Não tem lugar no mundo como a casa\n da gente", continuou, ignorando a falta de energia elétrica, água encanada\n e os mosquitos do meio do Pantanal.\n \n Apego ao lar\n \n O apego ao lar é uma característica comum entre os ribeirinhos.\n "Não tenho amor por nenhum outro lugar", descreveu Venância de Souza\n Espírito Santo, 69 anos. Há mais de meio século ela e o filho Júlio Marques da\n Silva, 55, vivem em um pequeno porto na região da Barra do São Lourenço. O\n patriarca da família faleceu no ano passado, mas nem isso fez com que eles\n pensassem em se mudar para a cidade.\n \n "Quando a gente está em Corumbá fica desinquieto, louco para\n vir embora", relatou Dona Venância. Julio, que se mudou para o porto ainda\n criança, também não cogita deixar a simples residência onde sempre morou.\n "Eu vim para cá muito pequeno e não quero ir embora nunca". Outro\n exemplo é Vicente Manoel, 66 anos, filho da indígena Júlia Caetano, falecida em\n abril deste ano aos 111 anos.
\n "De jeito nenhum quero sair daqui", reforçou o ribeirinho, que já foi\n convidado por várias vezes para se mudar para aldeia Uberaba, onde vivem outros\n descendentes dos guatós. O corpo da mãe ele enterrou bem perto da casa, onde\n agora vive apenas com a companhia dos muitos cachorros e gatos que habitam o\n Porto Guató, localizado na entrada do Parque Nacional do Pantanal mato-grossense.\n \n Assistir a essas pessoas é o principal foco do Programa Social\n Povo das Águas, mantido pela Prefeitura de Corumbá desde 2010. A cada três\n meses, equipes do Município levam serviços médicos, odontológicos, sociais e\n educacionais aos moradores das áreas de difícil acesso da Planície Pantaneira.\n O trabalho é coordenado pela Secretaria Especial de Integração das Políticas\n Sociais.\n \n Em sua 17ª edição, a ação social também contou com servidores das\n secretarias de Saúde, Assistência e Cidadania, Educação, Defesa Civil e da\n Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário. Em maio, o programa fecha\n a primeira etapa de viagens na região do Baixo Pantanal, quando serão atendidos\n os moradores do Formigueiro, Morrinho, Porto da Manga, Porto Esperança e Forte\n Coimbra. \n \n \n \n \n
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