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Geral
17/10/2013 09:00:00
Começa na fronteira de MS projeto da Iagro que repassará R$ 27,9 milhões para Itel
A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul) colocou em prática um projeto de R$ 27.996.000,00 de um sistema informatizado para o controle do rebanho da fronteira

Midiamax/AB

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A\n Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato \n Grosso do Sul) colocou em prática um projeto de R$ 27.996.000,00 de um \n sistema informatizado para o controle do rebanho da fronteira. O \n consórcio contratado é com a coreana Hana Latin America e a Itel \n Informática Ltda, empresa investigada pelo Ministério Público Estadual \n enbsp;que trabalha hánbsp;anos para o Governo do Estado, além de ser doadora de \n campanha do governador André Puccinelli (PMDB). \n A contratação foi publicada em setembro, no Diário Oficial do \n Estado, com duração de 24 meses. O projeto, segundo a \n diretora-presidente da Iagro, Maria Cristina Carrijo está sendo pensado \n há cinco anos e o montante de recursos é para o uso de três anos que \n contempla o desenvolvimento do sistema, implantação e manutenção. \n Serão trocados todos os brincos do gado pertencente a Zona de \n Alta Vigilância (ZAV), na fronteira do Estado com o Paraguai. O \n rastreamento será obrigatório aos municípios de Mundo Novo, Japorã, Sete\n Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Ponta Porã, Antonio \n João, Bela Vista, Caracol e Porto Murtinho. \n Segundo Carrijo, os produtores vão receber também leitores \n imprimir na própria fazenda a GTA [Guia de Transporte Animal – documento\n necessário para qualquer movimentação do rebanho] e a nota fiscal. \n “Será pioneiro no país e objetiva a transparência na \n fiscalização, comercialização e sanidade animal. Todos os equipamentos e\n custos serão pagos pelo Estado e o produtor não terá nenhum ônus”, \n garantiu a diretora-presidente. \n A Iagro complementa que a intenção é ampliar mercados \n consumidores e com a modernização do sistema ocorrerão menos erros do \n que o sistema de marcação manual existente. Todo o trabalho deve ser \n concluído até 2014, mas há produtor que desconfia da operacionalidade do\n projeto. \n Desconfiança no campo \n “A ideia é boa, mas cerca de 10% a 20% dos brincos dos bois caem,\n enrosca em cerca etc., como vou saber qual brinco caiu? Além disso, o \n aparelho para por a inscrição vai ter um para cada município. Precisava \n um para cada produtor. Então não sei se a parte operacional vai \n beneficiar o produtor e nós beneficiamos o país, precisa de \n reciprocidade”, argumentou Chico Cintra, produtor de Bela Vista (MS). \n Segundo o membro da diretoria do Sindicato Rural de Bela Vista, \n Afonso Pinheiro, só naquela região há 230 mil cabeças de gado na \n fronteira e o atual modo, indicado pelo Ministério da Agricultura \n funciona muito bem. \n “Se funciona, tem credibilidade, exportamos bem, por que trocar? \n Qual será o benefício direto ao produtor? Por que fizeram isso sem ouvir\n o produtor? Fomos avisados em cima da hora e R$ 27 milhões é muito \n dinheiro, em um ano pré-eleitoral. Sanidade está igual a seca do \n Nordeste, gastam milhões e o consumidor final não vê benefícios”, \n criticou. \n O aviso ao produtor no “afogadilho” foi confirmado pela Federação\n da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), que \n confirmou que o sistema foi apresentado no final de setembro e que, \n apesar disto, os produtores serão acompanhados pela Federação. \n “Durante toda a implantação vamos dar o suporte que o produtor \n precisar. Ainda não temos opinião formada sobre o sistema, porque é \n novo, mas vamos tentar dar a viabilidade necessária, já que não haverá \n custo para o produtor”, afirmou um dos diretores, Ruy Fachini. \n De acordo com o superintendente federal da Agricultura em Mato \n Grosso do Sul, Orlando Baez, seja a identificação eletrônica, seja \n manual, o importante é cumprir o acordo que existe desde 2008, de \n registrar com o brinco todos os animais da fronteira entre o Brasil e \n Paraguai. \n “Não há recursos federais envolvidos neste projeto, mas com tanto\n que o acordo seja cumprido, tanto faz eletronicamente ou manual, o \n Estado resolveu por chip, mas o que importa é garantir a identificação \n para o melhor controle do gado e garantia da sanidade animal”, ressaltou\n Baez. \n Doadora de Campanha \n O Ministério Público Estadual ainda investiga a Itel Informática,\n por supostas irregularidades em serviços prestados para a Secretaria de\n Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul (Sefaz). A denúncia no \n inquérito aberto neste ano é de que a “empresa estaria prestando \n serviços afetos a atividades-fim do Estado e privativos de servidores \n públicos concursados”. \n A empresa consta entre as financiadoras da campanha eleitoral de \n André Puccinelli (PMDB), segundo as prestações de contas oficiais \n entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). De acordo com os dados, a\n Itel (CNPJ 00.521.671/0001-06) doou nas últimas eleições R$ 500 mil \n para a campanha de reeleição do governador André Pucinelli. \n Além disso, o dono da Itel, João Roberto Baird, desembolsou R$ \n 1,7 milhão para bancar os gastos de campanha de Puccinelli e foi o maior\n doador individual da campanha do peemedebista em 2010. \n
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