\n \n Estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta\n quinta-feira (19) mostra que as mulheres trabalham mais do que os homens no\n Brasil quando se calcula o tempo total de trabalho, o que inclui os afazeres\n domésticos e a jornada formal no mercado de trabalho.\n \n Os números, relativos ao ano de 2009, mostram que as mulheres têm uma\n jornada de cerca de cinco horas a mais por semana do que os homens.nbsp;A OIT\n informou que os homens trabalham, em média, 43,4 horas por semana no mercado de\n trabalho e outras 9,5 horas em casa, perfazendo uma jornada semanal de 52,9\n horas.nbsp;Ao mesmo tempo, as mulheres têm uma jornada total de 58 horas\n semanais, sendo 36 horas no mercado formal de trabalho e 22 horas em\n casa.nbsp;\n \n "Entre o conjunto das mulheres brasileiras inseridas no mercado de\n trabalho,nbsp;uma expressiva proporção de 90,7% também realizava afazeres\n domésticos,nbsp;enquanto que entre os homens tal proporção era\n significativamente inferior:nbsp;49,7%. Essas trabalhadoras, além da sua\n jornada semanal de 36 horas, emnbsp;média, no mercado de trabalho, dedicavam\n cerca de 22 horas semanais aosnbsp;afazeres domésticos, ao passo em que entre\n os homens tal dedicação era denbsp;9,5 horas semanais, ou seja, 12,5 horas a\n menos", informou a OIT no levantamento.\n \n Políticas de “conciliação”
\n Para Laís Abramo, diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no\n Brasil, esse quadro mostra que são importantes políticas de conciliação entre\n trabalho, vida pessoal e vida familiar. "É muito importante que haja\n políticas públicas e empresariais que facilitem a conciliação. Tem a ver com a\n disponibilidade de creches, com a melhoria do transporte, e com a questão das\n jornadas flexíveis, além de um compartilhamento maior dos afazeres\n domésticos", avaliou ela.\n \n Homens participam de “atividades interativas”
\n O estudo da Organização Internacional do Trabalho informa ainda que a\n participação dosnbsp;homens nos afazeres domésticos está mais concentrada em\n "atividades interativas", como a realização de compras de mantimentos\n emnbsp;supermercados, o transporte dos filhos para a escola e "atividades\n esporádicas"nbsp;de manutenção doméstica, como reparos e consertos no\n domicílio.nbsp;\n \n "Umanbsp;informação do suplemento da PNAD de 2008 é bastante\n ilustrativa dessanbsp;situação: cerca da metade (49,7%) das pessoas de 14 anos\n ou mais de idade costumavam fazer faxina no próprio domicílio, sozinha ou com a\n ajuda de outranbsp;pessoa. Enquanto que esta prática era comum para 72,1% das\n mulheres, entrenbsp;os homens era de apenas 25,4%", informou a OIT.\n \n Redefinição das relações
\n A OIT concluiu, no estudo, que a "massivanbsp;incorporação" das\n mulheres no mercadonbsp;de trabalho não vem sendo acompanhada de um\n "satisfatório processo" denbsp;redefinição das relações de gênero\n com relação à divisão sexual do trabalho,nbsp;tanto no âmbito da vida privada,\n quanto no processo de formulação de políticasnbsp;públicas e de ações por\n parte de empresas e sindicatos, especialmente nonbsp;concernente às\n responsabilidades domésticas e familiares.\n \n "A incorporação dasnbsp;mulheres ao mercado de trabalho vem ocorrendo\n de forma expressiva sem quenbsp;tenha ocorrido uma nova pactuação em relação à\n responsabilidade pelo trabalhonbsp;de reprodução social, que continua sendo\n assumida, exclusiva ounbsp;principalmente, pelas mulheres", informou o\n estudo da OIT.