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Geral
30/08/2012 11:58:09
Corregedora do CNJ diz que "caixa-preta do Judiciário está aberta"
A seis dias de deixar a Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana Calmon disse nesta quinta-feira (30) que sai do cargo com a sensação de que a "caixa-preta do Judiciário está aberta".

Folha/PCS

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\n \n A\n seis dias de deixar a Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a\n ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana Calmon disse nesta\n quinta-feira (30) que sai do cargo com a sensação de que a "caixa-preta do\n Judiciário está aberta". \n \n Eliana\n defendeu que a nova gestão da corregedoria e o conselho trabalhem a remuneração\n dos magistrados, com um cadastro nacional. "Precisamos igualar as\n remunerações. Não é possível que existam distâncias tão grandes". \n \n Ao\n longo de sua gestão, a ministra e o ex-presidente do CNJ e do STF (Supremo\n Tribunal Federal) Cezar Peluso protagonizaram diversos embates por conta dos\n processos contra juízes e servidores que respondem por prática de improbidade\n administrativa, peculato ou corrupção. Ela ainda foi alvo das entidades\n representativas de juízes por declarações polêmicas como a de que "meia\n dúzia de vagabundos" prejudicam o Judiciário nacional e que existem\n "bandidos de toga". \n \n A\n ministra minimizou as divergências que chegaram a colocar ministros do Supremo\n em lados opostos. \n \n "Eu\n quis fazer algumas mudanças conscientes, com muita compreensão, mas\n transformando a Justiça em um poder republicano que passasse credibilidade pela\n transparência e prestação de serviços. E isso não tinha sido feito ainda em\n torno do Judiciário", afirmou. \n \n Eliana\n afirmou que sabia que encontraria resistências para tratar dos temas.\n "Essas resistências foram frágeis, tanto que eu saio dizendo que a cortina\n foi aberta e a caixa-preta do judiciário está aberta e nós estamos aqui para\n pedir prestação de contas. O juiz é prestador de serviço e nessa compreensão\n tem que mostrar o que faz, o que faz de bom e tem de dizer o que está errado na\n Justiça", afirmou. \n \n Na\n avaliação da ministra, houve uma mudança de cultura entre os magistrados.\n "Existem pontos a serem superados, por exemplo, a questão dos vencimentos.\n Esse ponto que começamos, mas está longe de terminar. Precisamos igualar a\n remuneração dos magistrados. Não é possível que existam distâncias tão grandes.\n O primeiro passo foi dado com a Lei de Acesso à Informação porque mesmo o CNJ\n querendo fazer um cadastro não conseguiu, mas com a lei voltamos a falar, mas\n ainda temos muito que caminhar", afirmou. \n \n A\n ministra disse que não tem "mágoas" de Peluso. "Nós pensávamos\n diferentes, era natural até por concepção, já que ele vem da Justiça estadual,\n da paulista, eu vim da federal, depois de passar pelo MP. A nossa formação é\n diferente. Eu digo sempre: tudo aquilo que discutimos em nível de política e de\n administração de Justiça, não posso ter mágoas, cobrar dívidas, nem passar\n recibo de quitação. Tudo está certo porque nesse embate visamos sempre a\n administração", disse. \n \n Eliana\n será substituída pelo colega do STJ Francisco Falcão, que está no tribunal\n desde 1999. Ele fez carreira em Pernambuco, onde atuou no governo estadual e na\n Justiça local.
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