As\n dificuldades que enfrentou na escola por ser surda despertaram o \n interesse de Adriana Gomes Batista em seguir o magistério para tornar \n mais fácil o aprendizado de crianças na mesma condição. Atualmente, ela é\n professora da rede pública de ensino do Distrito Federal e dá aulas na \n Escola Bilíngue Libras e Português Escrito. \n Quando estudou, a professora Adriana sofreu com a falta de material \n adequado e de intérprete em sala de aula. “Eu precisei me esforçar muito\n para avançar nos estudos. Foi muito exaustivo. Não tinha intérprete na \n sala de aula, eu não tinha o recurso visual. Quando criança, aprendi o \n português lido e isso era mais difícil. Por isso, tive o sonho de \n estudar para trabalhar com as crianças que tinham dificuldade”, relatou \n Adriana em linguagem de sinais, traduzida pela coordenadora da escola. \n Hoje, na sala de aula, Adriana ensina com o uso de dinâmicas de grupo, \n batalha naval, jogos, tudo combinado com imagens, sinais e vocabulário. A\n didática não é um desafio para a profissional que conhece as duas \n posições, a de aluna e a de professora surda. \n Garantir a igualdade de condições no aprendizado entre os alunos surdos e\n os demais é uma meta da educadora. O recurso visual e a expressão são \n fundamentais no ensino. Antes, Adriana produzia material, fazia cópia de\n imagens e conta que era um trabalho exaustivo. Agora, na Escola \n Bilíngue, relata que o material é adequado. “Com a Escola Bilíngue, o \n conteúdo é o mesmo do estudante ouvinte. Queremos essa isonomia, essa \n igualdade”, conta a professora, que já soma 15 anos de profissão. \n Para o futuro, ela quer mais. A intenção é ter material filmado para \n fazer avançar o trabalho em sala. “A linguagem de sinais envolve \n expressões e o ideal é material filmado”, explica. A educadora relata \n que quando ingressam na escola muitos alunos surdos ainda não entraram \n em contato com a linguagem de Libras. Além de ensinar os alunos, a \n escola tem também cursos voltados para a família, destinados a facilitar\n a comunicação dos estudantes em casa. \n Na Escola Bilíngue onde a professora Adriana ensina, as aulas são \n ministradas diretamente na linguagem de sinais, com o uso frequente de \n datashow e em turmas formadas por surdos. O modelo é diferente do \n adotado nas escolas inclusivas, onde as turmas são mistas e o professor \n dá aula oral com a presença de um intérprete de Libras. \n “Antes, existia apenas o modelo de inclusão. O aluno tinha um limite de \n conteúdo e ele acabava perdendo muito”, avalia a professora. “O \n principal desafio é vencer as limitações dos alunos surdos. Queremos que\n eles ultrapassem as limitações que existiam no modelo de inclusão”, \n acrescenta.