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08/03/2024 15:54:00
Em MS, mulheres dedicam quase o dobro de tempo que os homens aos cuidados e afazeres domésticos

CGN/LD

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Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que as mulheres sul-mato-grossenses dedicam 19,2 horas semanais aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos, quase o dobro de tempo dedicado pelos homens, de aproximadamente 10,8 horas.

Segundo o IBGE, o indicador número médio de horas semanais dedicadas aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos está presente de forma similar nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5, e é de extrema importância para dar visibilidade ao trabalho não remunerado, realizado, principalmente, pelas mulheres.

O recorte por cor ou raça indica, por sua vez, que as mulheres pretas ou pardas de MS estavam mais envolvidas com o trabalho doméstico não remunerado que as mulheres brancas (0,9 hora a mais), enquanto para os homens a diferença foi de 0,7 hora a mais para homens pretos ou pardos.

Historicamente, esse padrão se inverteu no estado, já que em 2016 as mulheres brancas tinham a média de horas maior que de mulheres pretas ou pardas (0,7 horas a mais).

Cuidados e afazeres domésticos afastam a mulher do mercado de trabalho A maior dedicação às atividades de cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos acaba por restringir uma participação mais ampla das mulheres no mercado de trabalho.

Segundo a pesquisa, entre as mulheres sul-mato-grossenses de 15 a 24 anos, 21,6% não estavam ocupadas, ou seja, não estudavam e não estavam em treinamento, enquanto entre os homens na mesma faixa etária esse percentual foi de 10,5%.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, do IBGE, o nível de ocupação das mulheres adultas (25 a 54 anos) é também diretamente afetado pela atividade de cuidados de crianças nos domicílios.

No estado, em 2022, o indicador para mulheres em arranjos domiciliares com crianças de até 6 anos de idade (62,9%) era 9,5 p.p. menor do que para mulheres que residiam em domicílios sem crianças (72,4%).

Para os homens, estes números eram de 87,5% e 96,1% respectivamente, mostrando a diferença significativa de impacto conforme o gênero. Ressalta-se que, no Brasil, somente pouco mais de 1/3 das crianças de 0 a 3 anos de idade frequentavam creche em 2022.

Por fim, em termos de taxas de desocupação, as mulheres apresentam, historicamente, taxas mais elevadas que homens. Em 2022, 6,5% das mulheres (7,3% das pretas ou pardas e 5,8% das brancas) e 3,7% dos homens (3,4% dos pretos ou pardos e 4,0% dos brancos) estavam desocupados.

O estudo Estatísticas do Gênero 2022 foi divugado nesta sexta-feira, dia 8 de março, data que celebra o Dia Internacional da Mulher. A publicação tem como intuito trazer informações que permitem uma análise interseccional das desigualdades relacionadas aos temas empoderamento econômico, educação, saúde e serviços relacionados, vida pública e tomada de decisão e direitos humanos das mulheres e das meninas.

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