Geral
26/04/2013 11:48:46
Especialistas advertem para alta mortalidade por câncer na América Latina
Quando considerado o tamanho da população, o custo médio por paciente na América do Sul foi calculado em US$ 7,92 (no Brasil, US$ 8,04).
Terra/AB
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\n \n A\n América Latina corre o risco de enfrentar um aumento substancial no número de\n mortes por câncer se não houver uma melhoria no diagnóstico precoce da doença e\n no acesso a tratamentos pelas populações mais pobres, segundo adverte um artigo\n assinado por mais de 70 especialistas na revista especializada Lancet Oncology.\n \n Segundo\n o relatório, há 163 casos de câncer para cada 100 mil pessoas na América\n Latina, número inferior aos 264 casos por 100 mil habitantes registrados na\n União Europeia ou os 300 por 100 mil dos Estados Unidos.\n \n Apesar\n disso, a mortalidade na América Latina é muito mais alta, com 13 mortes para\n cada 22 casos. Nos Estados Unidos, são 13 mortes para cada 37 casos, enquanto\n na União Europeia são 13 mortes para cada 30 casos.\n \n Segundo\n os especialistas, o diagnóstico tardio e problemas no acesso a tratamento são\n as principais causas para a disparidade dos números.\n \n Com\n o aumento da expectativa de vida na região, além do aumento do poder aquisitivo\n e da adoção de hábitos verificados em países desenvolvidos, o problema tende a\n se acentuar, advertem os autores do artigo.\n \n Eles\n calculam um aumento de 35% na detecção de novos casos de câncer na América\n Latina e no Caribe entre 2009 e 2020. No Brasil, esse percentual seria de\n 38,1%.\n \n Apesar\n de ser similar ao aumento esperado para outros países em desenvolvimento, como\n China (34,6%) e Índia (33,8%), a proporção é bastante superior à esperada nos\n Estados Unidos (26,2%), na Grã-Bretanha (15,5%) ou no Japão (15,4%).\n \n Comportamentos de risco\n \n O\n relatório dos especialistas adverte que os latino-americanos estão adotando\n cada vez mais comportamentos considerados de risco em relação ao câncer,\n incluindo vidas mais sedentárias, alimentação menos saudável e consumo maior de\n cigarros e de álcool.\n \n A\n exposição das pessoas ao sol sem proteção e a poluição interna gerada pela\n queima de combustíveis sólidos também são apontados como fatores que devem\n contribuir para o aumento no número de casos de câncer na região na próxima\n década.\n \n Os\n especialistas estimam que até 2030 haverá 1,7 milhões de casos de câncer\n diagnosticados por ano na América Latina e no Caribe, com mais de 1 milhão de\n mortes anuais.\n \n "A\n adoção mais generalizada de estilos de vida semelhantes aos dos países\n desenvolvidos levará ao rápido crescimento no número de pacientes com câncer,\n com um peso para o orçamento para o qual os países latino-americanos não estão\n preparados", afirma o coordenador da pesquisa, Paul Goss, professor de\n medicina da Escola Médica de Harvard, em Boston.\n \n "Esse\n problema crescente do câncer ameaça causar sofrimento generalizado e se tornar\n um peso econômico para os países da América Latina", diz.\n \n Segundo\n ele, "a região está mal preparada para lidar com o aumento crescente na\n incidência de câncer e as taxas de mortalidade desproporcionalmente altas em\n comparação com outras regiões do mundo, enfatizando a magnitude do problema do\n controle do câncer".\n \n Custos\n \n O\n relatório estima que o custo total com câncer em todos os países da América\n Latina chegou a US$ 4,5 bilhões em 2009 (cerca de um terço disso somente no\n Brasil), comparado com US$ 142,8 bilhões nos Estado Unidos, US$ 11,3 bilhões na\n Grã-Bretanha, US$ 30,8 bilhões no Japão, US$ 5,8 bilhões na China e US$ 656\n milhões na Índia.\n \n Quando\n considerado o tamanho da população, o custo médio por paciente na América do\n Sul foi calculado em US$ 7,92 (no Brasil, US$ 8,04). Nos Estados Unidos, os\n gastos por paciente foram de US$ 460,17, na Grã-Bretanha, de US$ 182,73 e no\n Japão, de US$ 243,7.\n \n A\n disparidade diminui quando esses gastos por paciente são analisados em relação\n ao PIB per capita de cada país, mas ainda assim os custos por paciente como\n porcentagem do PIB per capita, de 0,12% na América do Sul (0,11% no Brasil)\n ficam bem abaixo das proporções nos Estados Unidos (1,02%), no Japão (0,60%) e\n na Grã-Bretanha (0,51%).\n \n \n \n \n
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