CGNews/LD
ImprimirIntubado em hospital de Mossoró (RN) desde o dia 2 de junho, em tratamento contra a covid-19, o réu na operação Omertà Jamil Name, 82 anos, está com mais de 50% do pulmão comprometidos, segundo indica resultado de tomografia anexado ao processo que pediu a revogação das prisões preventivas do paciente e autorização para transferência a outro hospital. Embora já haja essa ordem, questões médicas e burocráticas impendem a ida do paciente para Brasília, onde a família tem vaga reservada.
Name segue, então, no mesmo lugar para onde foi transferido no dia 31 de maio, depois de ir para unidade de saúde pública. No dia, foi levado pela direção do presídio federal de segurança máxima de Mossoró, onde está desde outubro de 2019. Ele é acusado de chefiar organização criminosa que matava desafetos pessoais e de negócios.
Quadro de saúde - Os sintomas de covid-19, segundo informações levantadas pela reportagem, começaram em 24 de maio, ou seja, há mais de 10 dias. Foram percebidos quando o preso passou a apresentar incapacidade para “autocuidados”, leia-se comer, tomar banho, e coisas do tipo sem ajuda.
Foi levado para a enfermaria do presídio, onde fez um reste rápido para identificar se estava com covid, mesmo tendo sido imunizado com duas doses de Coronavac. O resultado deu negativo. No dia 26 foi feito outro teste rápido, que deu positivo.
No dia 27, chegou a participar de audiência por vídeoconferência, na qual apenas declarou que não iria responder perguntas e foi dispensado.
No dia 31, o quadro piorou e ele foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade. Lá, chegou, conforme os dados relatados à Justiça, com saturação em 80%, abaixo do mínimo considerado ideal. Foi para o hospital, iniciantemente respirou com ajuda de cateter de oxigênio, mas no dia 2 de junho, teve piora, sendo entubado.
Desde então, os advogados acionaram a Justiça para revogar as preventivas de Name, estabelecendo a prisão domiciliar. Afirmam que só assim terão liberdade para levar o doente até o melhor tratamento.
Em Campo Grande, o juiz plantonista Mário José Esbalqueiro revogou as 7 prisões e autorizou a transferência. Em Brasília, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), ao avaliar outro recurso, o ministro Rogério Schietti Cruz, manteve a autorização para mudar o detento de hospital, mas com as prisões valendo. São 7 ao todo.
Até esse momento, segundo a reportagem apurou, Jamil Name continua sendo atendido no hospital de Mossoró. A família já tem vaga reservada em hospital de Brasília, onde existe a oferta do tratamento com o equipamento chamado de “pulmão” artificial, o mesmo usado pelo comediante Paulo Gustavo, falecido no mês passado.
"A decisão não é apenas jurídica, ela depende também de autorizações médicas", explica o advogado sobre a demora na transferência. Ele explica, ainda, que "a defesa pleiteia as prisões domiciliares, porque é impensável, inviável, cogitar o seu retorno para qualquer penitenciária".