Domingo, 24 de Novembro de 2024
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12/06/2024 09:27:00
Estradas turísticas do Pantanal viram rota do tráfico de cocaína

CE/LD

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Interceptado pela Polícia Federal, grupo de traficantes utilizavam estradas turísticas do Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso como rota para o tráfico de cocaína.

Dois homens investigados por serem membros de um grupo criminoso foram presos pela PF na cidade de Rio Negro, com 402 kg de cocaína, no dia 11 de janeiro de 2023.

Investigando a ligação dos presos, foi verificado trocas de mensagens sobre o transporte de entorpecente e de transferências de propriedade de veículos possivelmente usado para o transporte das drogas.

De acordo com informações conseguidas por meio da quebra do sigilo telefônico dos investigados, que constam em inquérito policial a que a reportagem teve acesso, feitas através de três celulares apreendidos, um dos presos na abordagem da Polícia Federal, de alcunha “Vieira” trocava mensagens com outro indivíduo, conhecido como “Fortaleza”, que não estava no dia do flagrante, mas que tinha a um telefone com código paraguaio.

O “Fortaleza” tinha ciência que o transporte de droga seria efetuado na Estrada Transpantaneira, que é um ponto turístico que possui cerca de 150 km de extensão, um trecho de ligação com o pequeno município de Poconé, no Mato Grosso, a Porto Jofre, às margens do Rio Cuiabá, na divisa com o Mato Grosso do Sul.

Na mensagem de texto Vieira avisa Fortaleza onde ele estaria localizado e que o destino dele seria em uma fazenda, dando a entender que Vieira iria se deslocar para receber algum tipo de entorpecente do conhecido em uma região do pantanal sul-mato-grossense.

Vieira tinha um outro comparsa, identificado como “Chegado”, que também foi preso pela PF no flagrante com 402 lg de cocaína. A droga seria entregue a um comprador ou intermediador do esquema, de alcunha “Tozinho”, e ambos tinham o destino de viagem a cidade de Corumbá.

Porém, no meio do caminho, em mensagens telefônicas trocadas no dia 10 de janeiro, entre Vieira e Tozinho, imprevistos no trajeto aconteceram, que fizeram com que Vieira e Chegado tivessem que passar a noite em fazendas que são localizadas na região do município de Corumbá. Segundo conversas anexados pela investigação, Vieira informa a Tozinho que foi necessário fazer a parada da viagem na fazenda do “nosso amigo”, que dá “apoio para nós”, diz treco das mensagens.

As conversas analisadas pela Polícia Federal estão sendo usadas pela justiça para apurar a suposta prática de crimes de tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico de entorpecente.

Tozinho e Fortaleza, assim como outros possíveis envolvidos no esquema, de acordo com o inquérito da Polícia Federal, ainda estão sendo procurados pela investigação. Já o Vieira, Chegado e mais uma suspeita identificada como namorada de Vieira, que fazia parte do grupo, foram identificados como moradores dos municípios de Campo Grande e de Ponta Porã, respectivamente.

O caso de tráfico de drogas segue sendo investigado pela 2ª Vara Criminal de Corumbá.

ROTA MATO-GROSSENSE

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, desde o ano passado é investigado pela Polícia Civil uma nova rota do tráfico que sai da fronteira do Paraguai com o Mato Grosso do Sul, vai até o Mato Grosso, para chegar com os entorpecentes ao norte do país.

A nova rota do tráfico de drogas, segundo a Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar), é feita dentro das rodovias, saindo da fronteira com o Paraguai (Ponta Porã), separada na capital Campo Grande, e através da BR-163, os entorpecentes são levados a municípios de Cuiabá e Aripuanã no Mato Grosso para chegar ao Estado do Pará.

Todo este trajeto que passa por três estados e cinco municípios, somam 67 horas de um percurso de 4.480 km, mais de dois dias de viagem. Considerando que o destino final da droga fosse chegar a cidade de belém, capital do Pará.

Saiba

De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), em 2023 foi registrado o maior quantitativo de apreensão de cocaína em Mato Grosso do Sul dos últimos sete anos, foram 18 toneladas do entorpecente apreendidos.

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