Agência Brasil/LD
ImprimirMulheres que movimentam e inspiram os negócios no Brasil celebram nesta quinta-feira (19) o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Para comemorar a data, o Facebook lança hoje o programa Reinventar para Permanecer, um evento totalmente digital e gratuito que ocorrerá das 10h30 às 19h.
Ao longo do dia será oferecida uma programação com conversas, workshops, trocas de experiências e de insights com líderes como Adriana Barbosa (fundadora e CEO do Afrohub e Feira Preta), Vivian Abukater (diretora executiva do Maternativa) e Maíra Liguorí (diretora de impacto do Think Olga e Think Eva). Também participarão Renata Malheiros Henriques (coordenadora do Sebrae DELAS), Claudia Assef e Monique Dardenne (ambas co-fundadoras do Women’s Music Event). Confira a programação.
O Reinventar para Permanecer conta com a parceria de entidades e empresas conhecidas por atuarem pela inclusão qualitativa das mulheres nos negócios, como Sebrae, Feira Preta, Think Olga Maternativa, Women’s Music Event, Remix Social Ideas e Mary Kay.
Desafios com a pandemia A diretora de Marketing para Pegócios do Facebook, Débora Nitta, ressalta que, ao longo de toda a pandemia de covid-19, mulheres empreendedoras têm encarado muitos desafios nas suas rotinas.
“[Como] tocar o dia a dia de seus negócios aos cuidados com a casa, os filhos e até mesmo com outros familiares que precisem de ajuda. No evento do #ElaFazHistoria queremos reunir essas mulheres para compartilhar experiências e conhecimento que as ajudem a seguir em frente, além de refletir e celebrar todas elas que movimentam e inspiram os negócios no Brasil”, explicou. O programa faz parte do Facebook #, que já existe há quase cinco anos.
Segundo Pesquisa sobre Igualdade de Gênero em Casa (Survey on Gender Equality at Home Report), levantamento global do Facebook em parceria com o Banco Mundial, ONU Mulheres, Ladysmith e EqualMeasures2030, 53% dos entrevistados relataram um aumento no tempo gasto com tarefas domésticas durante a pandemia de covid-19 em comparação com antes. E também aí a desigualdade se mostrou evidente: 59% das mulheres entrevistadas relataram esse aumento, em comparação com 44% dos homens.
“O ano de 2020 tem sido muito desafiador para todos, mais especialmente para as mulheres - e para as mulheres negras e indígenas. A verdade é que esse período aumentou ainda mais as desigualdades e os obstáculos que já eram impostos a elas. Os negócios e fontes de renda das mulheres estão mais vulneráveis e toda a sociedade precisa assumir um papel ativo para mudar esta realidade”, argumentou Débora Nitta.
Segundo a diretora, pesquisa do Instituto ID_BR, feita no início da pandemia, descobriu que quase 80% das empreendedoras negras não tinham reservas financeiras para manter seu negócio diante do cenário da covid-19.
“Diante desses obstáculos financeiros e emocionais, que se intensificaram com a pandemia, é essencial criar uma rede de apoio entre mulheres, estabelecer conexões que criem possibilidades de continuar e de permanecer, pois isso impactará positivamente toda a sociedade”, acrescentou.
Empreendedorismo A fundadora da Feira Preta, Adriana Barbosa, comandará o programa de mentoria para mulheres negras e indígena que será realizado em duas fases. Neste ano, terá 200 vagas oferecidas para empreendedoras (negras, trans e indígenas) que já tenham algum negócio em andamento - mesmo que ainda não seja formalizado. Em 2021, a mentoria oferecerá outras 300 vagas. O programa é realizado em quatro encontros semanais totalmente online.
As empreendedoras selecionadas para a mentoria passarão por sessões de temas fundamentais na criação e no gerenciamento de um negócio. Os encontros também vão focar em desenvolvimento pessoal, autoconhecimento e em dar apoio psicológico para as participantes.
“Ter um negócio exige entender códigos. Tem várias coisas que um empreendedor precisa saber, tem que se manter atualizado”, ressalta Adriana Barbosa.
Segundo Adriana, a pandemia de covid-19 levou o comércio, que antes era realizado em feiras, para o ambiente digital. O impacto dessa mudança foi o acesso à tecnologia e o letramento digital – já que muitos empreendedores não tinham contato com o ambiente virtual.
“Para romper esses desafios, nós sugerimos que o empreendedor tenha uma atuação em rede, que faça parcerias. No momento que os empreendedores compartilham, estabelecem parcerias. É fundamental o processo de formação, capacitação de, por exemplo, como vender online. Além disso, é importante ter acesso a crédito – seja por meio de crowdfunding ou crédito assistido”, explicou.
Desde 2002, a Feira Preta já reuniu 120 mil participantes. São produtos e serviços de empreendedores negros, com 700 expositores brasileiros e da América Latina. Segundo levantamento realizado pela feira, 29% dos negros que trabalham tem seu próprio negócio e cerca de 82% dos empreendedores não estão formalizados, ou seja, não têm CNPJ.