Correio do Estado/LD
ImprimirFahd Jamil, conhecido como "Rei da Fronteira", segue preso na Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), sem conseguir o valor suficiente para ser liberado para a prisão domiciliar.
Desde a última quinta-feira (3) o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, concedeu prisão domiciliar à Fahd, de 79 anos, desde que fosse pago o valor de R$ 990 mil, equivalente a 900 salários mínimos.
De acordo com a defesa, o advogado André Borges, pode ser que a família consiga o dinheiro ainda hoje. "A urgência agora é da família. Até o momento não foi pago, mas eu acredito que vai pagar isso hoje. Ele ainda continua no Garras", relata.
Caso consiga pagar a fiança, Fahd Jamil será monitorado por tornozeleira eletrônica e também não poderá se ausentar de Campo Grande sem autorização prévia da Justiça, a não ser para atendimentos médicos.
Ele deverá entregar o passaporte e está proibido de manter contato com testemunhas ou demais réus de todos os processos originados da Operação Omertà.
O pedido da prisão domiciliar foi formulado pela defesa, alegando que o acusado tem saúde debilitada, no qual, necessita de cuidados especiais.
Com isso, deverá ser apresentado o nome e os dados de identificação de todos os familiares, médicos e enfermeiros que visitarão Fahd durante a prisão domiciliar.
O acusado será encaminhado para reavaliação médica no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), quando atingir o 150° dia de prisão domiciliar.
Crimes
Fahd Jamil está preso desde 19 de abril, dia que se entregou para a polícia. Ele foi alvo da terceira fase da Operação Omertà (Armagedom).
O grupo de Fahd Jamil mantinha na Fazenda Três Cochilhas, em Ponta Porã, uma espécie de quartel-general da pistolagem.
O assassinato do ex-chefe de segurança da Assembleia Legislativa, Ilson Martins Figueiredo, que ocorreu em 11 de junho de 2018, é o crime que expõe a aliança entre o que os investigadores chamam de organizações criminosas de Jamil Name e de Fahd Jamil.
Conforme o Ministério Público Estadual (MPE), o crime foi encomendado por Fahd Jamil e executado pelo suposto grupo criminoso chefiado pelos Name.
O grupo de Fahd Jamil também teria executado o pistoleiro Alberto Aparecido Roberto Nogueira (o Betão), em abril de 2016, e Orlando da Silva Fernandes (o Bomba) em outubro de 2018.