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ImprimirAo exibir plano de retirar mata e pastagens desgastadas para expandir projeto pecuário no Pantanal, o grupo Agropecuária Centenário apresentou medidas para mitigar riscos ambientais e compensar a perda de vegetação. A empresa, dona da Fazenda São José, apresentou em Corumbá o Rima (Relatório de Impacto Ambiental), durante audiência pública na noite de quarta-feira, como etapa do processo de obtenção de licença ambiental para a implantação de pastagens exóticas em 7,1 mil hectares da propriedade, que tem 13 mil hectares de área.
Participantes dos estudos expuseram o levantamento apresentado em 2021 ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão responsável pelo licenciamento. O documento, com mais de 600 páginas, aborda aspectos geológicos da fazenda, os recursos hídricos, a fauna e a flora. Os responsáveis pelo levantamento também informaram, na audiência, que ouviram a comunidade local.
A fazenda foi adquirida em 1986, mas o grupo já atua há décadas com a pecuária. A intenção é retirar 1,4 mil hectares de vegetação de Cerrado e 5,6 mil hectares de vegetação campestre para implantação de pastagem exótica. De forma geral, os pecuaristas utilizam no Pantanal a braquiária, que se adaptou bem à região, como propõe também a Agropecuária Centenário. Não há sementes de espécies nativas, por isso o uso de espécies exóticas. A Embrapa Pantanal informou que tenta desenvolver sementes nativas para uso na região.
A intenção dos empreendedores é subir de 4.500 para 7 mil bovinos de corte criados no Pantanal, em regime extensivo. Conforme exposto na audiência, a iniciativa vai levar à ampliação de 8 para 20 empregados na fazenda.
Luciana Benatti, que detalhou o plano, explicou que a expansão da área de pasto será feita em quatro anos, segundo ela para permitir a adaptação do ecossistema. Entre as medidas ambientais anunciadas estão o cuidado com o solo, para evitar erosão, com os recursos hídricos, a educação ambiental e ações para conservar espécies animais protegidas.
A fazenda fica na área de Corumbá, mas com acesso pelo norte do Estado, seguindo pela BR-163 até Sonora e depois percorrendo cerca de 200 quilômetros à esquerda, na região da Bacia do Taquari.
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Meio Ambiente
Fazenda promete ações para evitar danos ao desmatar 7 mil hectares para pasto Agropecuária apresentou estudo de impacto para implantar 7 mil hectares de pastagem
Por Maristela Brunetto | 11/05/2023 22:45
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Agropecuária apresentou estudo de impacto para obter licença ambiental; fazenda fica no Pantanal. (Foto: EIA/ Rima) Ao exibir plano de retirar mata e pastagens desgastadas para expandir projeto pecuário no Pantanal, o grupo Agropecuária Centenário apresentou medidas para mitigar riscos ambientais e compensar a perda de vegetação. A empresa, dona da Fazenda São José, apresentou em Corumbá o Rima (Relatório de Impacto Ambiental), durante audiência pública na noite de quarta-feira, como etapa do processo de obtenção de licença ambiental para a implantação de pastagens exóticas em 7,1 mil hectares da propriedade, que tem 13 mil hectares de área.
Participantes dos estudos expuseram o levantamento apresentado em 2021 ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão responsável pelo licenciamento. O documento, com mais de 600 páginas, aborda aspectos geológicos da fazenda, os recursos hídricos, a fauna e a flora. Os responsáveis pelo levantamento também informaram, na audiência, que ouviram a comunidade local.
A fazenda foi adquirida em 1986, mas o grupo já atua há décadas com a pecuária. A intenção é retirar 1,4 mil hectares de vegetação de Cerrado e 5,6 mil hectares de vegetação campestre para implantação de pastagem exótica. De forma geral, os pecuaristas utilizam no Pantanal a braquiária, que se adaptou bem à região, como propõe também a Agropecuária Centenário. Não há sementes de espécies nativas, por isso o uso de espécies exóticas. A Embrapa Pantanal informou que tenta desenvolver sementes nativas para uso na região.
A intenção dos empreendedores é subir de 4.500 para 7 mil bovinos de corte criados no Pantanal, em regime extensivo. Conforme exposto na audiência, a iniciativa vai levar à ampliação de 8 para 20 empregados na fazenda.
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Luciana Benatti, que detalhou o plano, explicou que a expansão da área de pasto será feita em quatro anos, segundo ela para permitir a adaptação do ecossistema. Entre as medidas ambientais anunciadas estão o cuidado com o solo, para evitar erosão, com os recursos hídricos, a educação ambiental e ações para conservar espécies animais protegidas.
A fazenda fica na área de Corumbá, mas com acesso pelo norte do Estado, seguindo pela BR-163 até Sonora e depois percorrendo cerca de 200 quilômetros à esquerda, na região da Bacia do Taquari.
Diretor da agropecuária, Ricardo da Costa Pires participou da audiência e expôs que o investimento vai permitir elevar a produção, o que seria necessário diante dos custos mais elevados à atividade pecuária no Pantanal em relação a outras regiões, em função das peculiaridades do ecossistema. A ampliação de pastagens no Pantanal é um tema que causa polêmica, diante da preocupação com a perda de biodiversidade no Bioma, entretanto, não houve questionamentos sobre o empreendimento na audiência de ontem.
Agora o Rima vai ser analisado por técnicos do Imasul.