Agência Brasil/LD
ImprimirNo Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado nesta quarta-feira (25), hemocentros do Distrito Federal e de 14 estados brasileiros – Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo – se uniram na campanha “Somos todos do mesmo sangue”. A ação inédita vai até o dia 28 e pretende ressaltar a importância desse gesto, especialmente durante a pandemia de covid-19, já que houve queda de até 50% no número de doações em algumas regiões do Brasil.
“Ver os hemocentros unidos em celebração a um dia tão especial tem um significado muito importante. Só é possível garantir a continuidade das coletas de sangue durante a pandemia com uma grande corrente de solidariedade. Só é possível salvar vidas juntos”, destacou o diretor-geral do Hemorio, Luiz Amorim.
Cada hemocentro vai desenvolver ações locais para agradecer e incentivar os doadores de sangue. Em Brasília serão homenageados doadores, multiplicadores e entidades que se destacaram neste ano por desenvolverem ações de incentivo à doação voluntária de sangue, como o simples gesto de doar regularmente e a organização de grupos de doadores. “É muito significativo o esforço nacional coletivo para agradecer o doador pelo gesto tão valioso – e expressado com mais intensidade durante a pandemia. A esperança tem chegado aos pacientes que precisam de transfusão”, pontua a diretora-presidente da Fundação Hemocentro de Brasília, Bárbara Simões.
Números Segundo o Ministério da Saúde, 1,8% da população doa sangue de forma regular. A estatística fica um pouco abaixo dos 2% ideais definidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e também dos 5% registrados em países da Europa. As doações constantes são essenciais para os estoques de plaquetas, que ajudam no controle de sangramentos e são usadas em tratamentos contra o câncer, por exemplo.
Segurança A quantidade de sangue retirada não afeta a saúde do doador, pois a recuperação ocorre imediatamente após a doação. Uma pessoa adulta tem em média 5 litros de sangue e em uma doação são coletados, no máximo, 450 mililitros de sangue.
Ao se candidatar a doar é preciso passar por uma entrevista que tem o objetivo de dar maior segurança para o doador e para os pacientes que receberão o sangue, sendo de extrema importância responder as perguntas com sinceridade.
Todo sangue doado é separado em diferentes componentes (hemácias, plaquetas e plasma) e assim um único doador pode beneficiar mais de um paciente. Os componentes são distribuídos para os hospitais para atender aos casos de emergência e aos pacientes internados.
Quem pode doar? Podem doar sangue as pessoas que tiverem idade entre 16 e 69 anos, sendo que a primeira doação deve ser feita, obrigatoriamente, até os 60 anos. Menores de 18 anos só podem doar com a autorização dos responsáveis legais. Todo doador deve apresentar um documento original com foto.
Se o voluntário tiver almoçado, o procedimento deve ser feito três horas depois. Se for um doador frequente, é preciso obedecer ao intervalo para a doação, que deve ser de dois em dois meses para homens, que podem doar no máximo quatro vezes por ano, e de três em três meses para mulheres, que podem doar no máximo três vezes por ano.
Condições básicas: - ter entre 16 e 69 anos de idade (menor de 18 anos deve apresentar o formulário de autorização e cópia do documento de identidade com foto do pai, mãe ou tutor/guardião);
idosos devem ter realizado pelo menos uma doação de sangue antes dos 61 anos);
pesar mais de 51 quilos e ter IMC maior ou igual a 18,5 (descontar o vestuário);
há medicamentos que podem impedir a doação. Confira algumas restrições na lista de impedimentos;
apresentar documento de identificação oficial com foto (original ou cópia autenticada em cartório), em bom estado de conservação e dentro do prazo de validade.
Documentos aceitos: carteira de identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista, carteira nacional de habilitação, passaporte, carteira profissional emitida por classe ou carteira de doador. Não são aceitos crachás funcionais, carteiras estudantis nem certidão de nascimento;
dormir pelo menos seis horas, com qualidade, na noite anterior à doação;
não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação;
não fumar duas horas antes da doação.
Doações na pandemia Durante esse período, os atendimentos em todas as unidades estão acontecendo, preferencialmente, por meio de agendamento. A medida visa a reduzir a circulação de pessoas nos locais para evitar aglomerações e reduzir a possibilidade de transmissão do vírus.
São Paulo comemora o dia com campanha "Vem doar" No Banco de Sangue de São Paulo, os doadores de sangue que salvam vidas estão sendo homenageados ao longo do mês, com a campanha "Vem doar", com mensagens de agradecimento veiculadas nas redes sociais. E ainda, até o dia 30 de novembro, os doadores que praticarem esse ato solidário serão presenteados com uma camiseta alusiva à data (ou até enquanto durarem os estoques).
A líder de captação do Banco de Sangue de São Paulo, Bibiana Alves, ressalta ainda a importância de ações de conscientização especialmente neste cenário de pandemia, em que os estoques de sangue oscilaram ao longo do ano com um déficit em torno de 35%. "Ainda estamos enfrentando um momento crítico, operando com os nossos estoques sanguíneos com uma baixa de 20%. Necessitamos de mais de 160 doações diárias, para atender com segurança a todos os pacientes dos hospitais conveniados que necessitam de transfusões e outros procedimentos".