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01/02/2013 09:39:45
Internado, sócio da Kiss não come direito e tem apoio de psiquiatra
Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, segue internado desde domingo (27) em um hospital particular de Cruz Alta, a 130 quilômetros de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

G1/LD

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\n \n Elissandro\n Callegaro Spohr, o Kiko, segue internado desde domingo (27) em um hospital\n particular de Cruz Alta, a 130 quilômetros de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.\n Ele é um dos proprietários da boate Kiss, atingida por um incêndio que deixou\n 236 mortos. Nesta sexta-feira (1), ele aguarda a decisão sobre a renovação ou\n não de seu pedido de prisão.\n \n Abalado,\n Kiko realiza acompanhamento de psiquiatra e psicólogo e recebe soro no\n hospital. Segundo o médico Paulo Ricardo Nazário Viecili, que cuida do\n empresário, ele não se alimenta direito nem bebe água e por isso passou a\n receber soro. Na página de Kiko no Facebook, amigos deixam mensagens de apoio.\n \n Com\n a prisão temporária decretada desde segunda-feira (28), Spohr ocupa uma suíte\n no terceiro andar do Hospital Santa Lúcia, com duas camas, banheiro e\n televisão. Ali, é vigiado 24 horas por dia por três ou quatro policiais\n militares, que se revezam em turnos. Eles ficam dentro do quarto ou em uma\n antesala, mas sem perder o paciente de vista.\n \n Com\n TV disponível no quarto, o empresário piorou ao assistir ao noticiário sobre a\n tragédia em Santa Maria. De acordo com o médico, o sócio da casa noturna\n percebeu a dimensão do incêndio e viu que perdeu amigos que frequentavam não só\n a boate, mas também a casa dele. Abalado, ele teria tentado cometer suicídio na\n tarde de terça-feira (29), o que é negado por Viecili.\n \n Segundo\n a delegada Lylian Carús, Spohr amarrou a mangueira do chuveiro na janela, mas\n policiais o teriam impedido de colocá-la em volta do pescoço. No entanto, o\n médico diz que foi uma crise nervosa. "A Brigada Militar se precipitou.\n Ele teve uma crise nervosa, ficou muito agitado, gritou, mas não tentou se\n matar", disse o cardiologista.\n \n Médico\n e delegada divergem também sobre outra questão. Lylian diz que o sócio da boate\n se encontra algemado à cama. Já Viecili afirma que as algemas foram retiradas\n na quarta-feira (30) e que agora são utilizadas "faixas de contenção"\n nos pulsos do paciente nos raros momentos em que ele fica fora do campo de\n visão dos policiais.\n \n A\n delegada rebate as afirmações de Viecili. "O médico não sabe o que está\n falando, ele nem estava no quarto quando o fato ocorreu. Ele mesmo (Spohr) me disse que\n tinha intenção de tirar a própria vida", disse. "Estamos preocupados\n com a integridade física dele, em relação a ele mesmo, em relação a terceiros e\n também com a possibilidade de fuga", acrescenta.\n \n O\n estado de saúde do empresário, que estava na boate durante o incêndio, é\n estável. Ele não precisa mais de oxigenação e deve passar por exames para\n avaliar os danos causados pela fumaça no seu pulmão. O que preocupa Viecili é o\n estado emocional do seu paciente.\n \n "Do\n ponto de vista emocional, ele está muito prejudicado. Nos primeiros dois dias,\n ele estava em estado de choque, fora da realidade. Agora, oscila entre crises\n de choro e crises de depressão. Está permanentemente sob efeito de\n sedativo", diz o médico.\n \n O\n médico conta que visita o paciente três vezes por dia, uma em cada turno, e que\n não tem relação com Spohr ou com a família dele. Um amigo em comum teria pedido\n sua ajuda, pois o empresário estava com medo de procurar os hospitais de Santa\n Maria, logo após se apresentar à polícia. Ele foi levado para Cruz Alta quando\n a prisão dele ainda não havia sido decretada.\n \n Ainda\n não há previsão de alta para o sócio da boate, conforme o médico. Apesar das\n informações de Viecili, não há boletins médicos sobre o estado de Spohr. A\n assessoria de imprensa do hospital diz que a instituição foi orientada “pela\n autoridade policial” a não fornecer informações sobre o estado de saúde do\n paciente nem em que condições ele é mantido sob custódia policial.\n \n Procurado,\n o advogado de Spohr, Jader Marques, disse que falou com seu cliente pela última\n vez na manhã desta quinta-feira (31) e que ele estava “bem”. Reiterou que o\n sócio da boate ou familiares dele não querem se manifestar. “Ainda não é o\n momento para isso”, disse.\n \n Rotina da cidade não muda
\n A presença de Elissandro Spohr no Hospital Santa Lúcia passa quase despercebida\n na cidade de 52 mil habitantes. A movimentação nas imediações do hospital é\n tranquila. Segundo a assessoria de imprensa, nenhum incidente foi registrado na\n instituição desde que o paciente deu entrada. A rotina do hospital, no entanto,\n foi alterada. Seguranças foram posicionados nos acessos e só permitem a entrada\n de pacientes e pessoal autorizado.\n \n Taxistas\n de um ponto localizado nas imediações do hospital também dizem que não notaram\n nada fora do comum, nem mesmo a presença da imprensa. Alguns nem sequer sabiam\n que um dos sócios da boate que pegou fogo em Santa Maria estava hospitalizado\n na cidade. “Para mim, isso é novidade. Não sabia mesmo”, disse o taxista José\n Campos.\n \n Já\n na Praça Erico Verissimo, a poucos metros do hospital, a tragédia em Santa\n Maria é um dos principais assuntos nas rodas de conversa, segundo alguns\n moradores. Cinco vítimas do incêndio eram da cidade.\n \n Algumas\n pessoas ficaram sabendo da presença do dono da boate no hospital pelo rádio ou\n pela televisão. É o caso do aposentado Sérgio Carvalho. Sentando em um dos\n bancos da praça na companhia de dois amigos no meio da tarde, ele disse que a\n presença do jovem não alterou a rotina do bairro.\n \n “Tenho\n até pena desse cara. Imagina como deve estar a cabeça dele com tudo o que\n aconteceu? Acho que ele tem uma parcela de culpa nessa tragédia, mas não é só ele.\n Tem gente do governo que merece ser punida também”, afirmou.\n \n Entenda
\n O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul,\n deixou 235 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início\n durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos\n pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e\n das informações divulgadas até o momento por investigadores, é possível afirmar\n que:\n \n -\n O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
\n - Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
\n - A banda comprou um sinalizador proibido.
\n - O extintor de incêndio não funcionou.
\n - Havia mais público do que a capacidade.
\n - A boate tinha apenas um acesso para a rua.
\n - O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
\n - Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
\n - 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
\n - Equipamentos de gravação estavam no conserto.\n \n \n \n \n
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