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28/12/2012 09:00:00
Jovem morre em Goiás após usar remédio para emagrecer, diz família
A dona de casa Juliana Paula Silva, de 26 anos, morreu na quinta-feira (27), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana.

G1/LD

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\n A dona de casa Juliana Paula Silva, de 26 anos, morreu na quinta-feira (27), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana. Familiares afirmam que a jovem teve complicações após começar a usar remédios para emagrecer, no início deste mês. De acordo com Secretaria Municipal de Saúde, a principal suspeita é que ela tenha se intoxicada com medicamentos compostos pelo antidepressivo fluoxetina e por sibutramina, inibidor de apetite que teve o uso restrito, segundo determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de outubro deste ano. “Ela chegou na unidade com uma reação alérgica muito forte. Logo, o médico descobriu que ela estava fazendo uso dos medicamentos para inibir o apetite e, então, ele entrou em contato com Centro de Informação de Toxicologia (CIT) para comunicar o caso. Fizemos todos os procedimentos possíveis paranbsp; desintoxicá-la, mas ela não resistiu”, explica o coordenador de Rede Ambulatorial da Secretaria Municipal de Saúde, Marcelo Musa Abed. Segundo ele, antes de morrer, Juliana chegou a ser atendida em outros hospitais. “Ele teve outras crises alérgicas, mas recebia atendimento médico e era liberada quando o quadro melhorava”, revela Musa. Padrasto do marido da jovem, Renato de Melo Borges confirma a versão da Secretaria Municipal de Saúde. “Desde o último dia 21 deste mês, ela começou passar mal. Ficava com falta de ar, pressão alta e os batimentos cardíacos acelerados. Levamos ela a um hospital particular. Eles a medicaram com polaramine [antialérgico] e fomos embora. No outro dia, ela passou mal e a levamos no Cais Nova Era, onde o procedimento foi o mesmo. Já quarta-feira (26) ela foi atendida na UPA e depois foi para casa. Somente ontem [quinta-feira], os médicos descobriram que ela estava intoxicada, mas já era tarde”, contou, em entrevista ao G1. Ele afirmou que não sabia que Juliana estava utilizando os medicamentos para emagrecer. “Nem eu, nem o marido dela sabíamos que ela usava esses remédios, mas as cunhadas dela sabiam e não quiseram contar. Infelizmente, ela morreu por obsessão estética. Estava na flor da juventude e fez isso. A gente ficou muito triste com essa tragédia. Nós a amávamos”, lamentou. De acordo com Renato de Melo Borges, a jovem decidiu emagrecer e foi até uma clínica de estética, em Goiânia. “Ela consultou com uma nutricionista em novembro, que passou uma receita para a Juliana, mas não sabíamos que eram esses remédios. Ela começou tomar no último dia 4 de dezembro e, poucos dias depois, já não estava sentido bem. Ouvimos dizer que ela assinava com receituário que não era dela”, afirma. O corpo de Juliana foi levado para o município de Martinho Campos (MG), onde deve ser sepultado na tarde desta sexta-feira (28). Ela era mineira e mudou-se para Goiânia quando se casou, há três anos. A jovem não tinha filhos. Laudo
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o caso será investigado após a conclusão do laudo do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO). “Ainda não podemos afirmar exatamente o que causou a morte da Juliana, pois isso pode ser feito somente com o atestado do SVO. Porém, ela pode ter sofrido uma parada cardíaca devido ao uso dos medicamentos controlados”, explica o coordenador de Rede Ambulatorial de Aparecida de Goiânia, Marcelo Musa.

Indicados como antidepressivos, os medicamentos à base de sibutramina e fluoxetina devem ser vendidos apenas com prescrição médica. “Esses dois tipos de remédio no Brasil são controlados desde a hora que saem da indústria. Eles são cadastrados no gerenciamento da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e têm uma transição rigorosa até chegar aos pacientes. Porém, existe a ilegalidade e o contrabando dos medicamentos”, esclcarece a coordenadora de pós comercialização da Vigilância Sanitária, Eliane Rodrigues.

Ela reforça a necessidade de denúncias em casos de venda irregular: “Só conseguimos chegar aos locais irregulares através de denúncias. No caso da morte da Juliana, caso seja comprovado que os medicamentos eram ilegais, a Polícia Civil deverá investigar. Caso contrário, a Vigilância Sanitária abre um procedimento para apurar o caso”. \n \n
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