\n \n A\n Justiça Federal de Minas Gerais condenou nesta segunda-feira (15) o\n ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e\n Marcos Valério e seus sócios pelo crime de falsidade ideológica. Outras sete\n pessoas também foram condenadas. Todos podem recorrer em liberdade, segundo a\n decisão. A mulher de Valério, Renilda Maria Santiago, foi absolvida pela\n Justiça mineira.\n \n Eles\n foram acusados de fraudar um empréstimo de R$ 10 milhões do banco BMG para\n Rogério Tolentino, advogado de Marcos Valério, apontado como o operador do\n esquema do mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).\n \n De\n acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o mensalão era um\n esquema planejado para compra de votos de parlamentares no Congresso a fim de\n assegurar a aprovação de projetos de interesse do governo Luiz Inácio Lula da\n Silva – os principais acusados negam a existência do mensalão.\n \n Genoino,\n Delúbio e Valério e os três ex-sócios - Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e\n Rogério Tolentino - foram condenados pela Justiça Federal de Minas por\n falsidade ideológica. Quatro réus do banco BMG foram condenados por gestão\n fraudulenta por não observarem os critérios para concessão de empréstimos.\n \n De\n acordo com a decisão, os petistas e Marcos Valério e os sócios foram condenados\n porque "mascararam o repasse de valores aos reais tomadores".\n Conforme a juiza, embora o empréstimo tenha sido obtido por Tolentino no BMG,\n quem se beneficiou foi o PT, que recebeu os recursos, por meio de Marcos\n Valério, para supostamente utilizá-los no mensalão.\n \n O\n G1 busca contato com os advogados dos\n réus, o que ainda não havia conseguido até a publicação desta reportagem.\n \n Segundo\n a decisão, ficaram "cabalmente demonstradas" as atuações de Genoino,\n Delúbio e o grupo de Valério em "declarações ideologicamente falsas em\n documento particular, de forma livre e consciente, razão pela qual se impõe a\n condenação dos acusados".\n \n De\n acordo com a juíza da 4ª Vara Federal de Minas que assinou a decisão, Camila\n Franco e Silva Velano, a cúpula do BMG é culpada porque emprestou R$ 10 milhões\n para a empresa de Tolentino embora ela "não faturasse sequer 100 mil por\n ano".\n \n O\n processo na Justiça de Minas decorre de uma investigação ligada ao processo do\n mensalão, mas que foi para a primeira instância depois de José Genoino ter\n perdido foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) – ele deixou de ser\n deputado federal em 2011.\n \n Genoino\n e Delúbio já foram condenados pelo crime de corrupção ativa (oferecer vantagem\n indevida) dentro do processo do mensalão que está em julgamento no Supremo.\n Eles ainda serão julgados pelo crime de formação de quadrilha, que deve começar\n a ser analisado nesta quarta (17) pelos ministros do STF.\n \n Penas
\n Os\n dois antigos integrantes da cúpula do PT foram condenados pela juíza de Minas a\n quatro anos de prisão por falsidade ideológica. Segundo ela, ambos cometeram o\n crime por "ganância de poder". Eles poderão cumprir a pena em regime\n aberto (quando o condenado somente dorme na prisão).\n \n Marcos\n Valério foi condenado por falsidade ideológica a 4 anos e 6 meses de prisão no\n regime semi-aberto, quando é possível trabalhar fora do presídio.\n \n Foram\n condenados pelo mesmo crime ainda os ex-sócios dele Ramon Hollerbach a 4 anos,\n e Cristiano Paz, a 3 anos e seis meses. Os dois poderão cumprir pena em regime\n aberto.\n \n Rogério\n Tolentino foi condenado a 3 anos e 4 meses. Foi ele quem assinou o empréstimo\n de R$ 10 milhões no BMG. Valério e os sócios já foram condenados por outros\n crimes no processo do mensalão em julgamento no Supremo.\n \n Banco BMG
\n Quatro\n dirigentes da cúpula do BMG foram condenados pelo crime de gestão fraudulenta:\n Ricardo Annes Guimarães, João Batista Abreu, Márcio Alaôr de Araújo e Flávio\n Pentagna Guimarães, condenados entre 5 e 7 anos de prisão.\n \n A\n juíza determinou que os dez réus podem recorrer em liberdade porque\n "responderam o feito em liberdade, possuem endereço fixo [...] e não há\n indícios de que se furtarão à aplicação da lei penal".\n \n Ela\n pediu ainda que o relator do processo do mensalão no Supremo, ministro Joaquim\n Barbosa, seja comunicado da decisão da Justiça Federal de Minas.\n \n \n \n \n