Geral
26/01/2014 08:10:33
Mais de 39% dos presos de MS tem um emprego dentro ou fora dos presídios
Todo esse trabalho coordenado pela Agepen é acompanhado pelo Ministério Público e pelo Judiciário.
Assessoria/AB
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A\n ressocialização por meio do trabalho remunerado e o envolvimento dos \n encarcerados nos presídios com a família e a religião são respostas \n positivas do sistema prisional de Mato Grosso do Sul, que tem uma grande\n lotação, contudo funciona dentro da normalidade em um ambiente \n tranquilo, ao contrário da tensão interna que ocorre em algumas regiões \n do País. \n A este tripé de ações desenvolvido pelo Governo do Estado para \n reforçar o controle da segurança nas 45 unidades penais se inclui \n programas fundamentais de atenção especial aos internos, como a educação\n e a saúde, reconhecidos como modelos pelo Ministério da Justiça. Todo \n esse trabalho coordenado pela Agência Estadual de Administração do \n Sistema Penitenciário (Agepen) é acompanhado pelo Ministério Público e \n pelo Judiciário. \n Associada à formação profissional e ao atendimento social e \n permanente dentro das unidades há uma ação integrada do governo com o \n Judiciário, onde os mutirões carcerários impedem que o preso cumpra além\n do período da pena imposta pela Justiça, destaca o diretor-presidente \n da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), \n Deusdete Souza de Oliveira Filho. \n Plano pioneiro \n Em 2010, o Estado criou o pioneiro Plano de Saúde do Homem \n Encarcerado, hoje referência nacional, garantindo assistência de \n qualidade com atendimento médico e odontológico e de alta complexidade. \n Na área educacional, a participação no Exame Nacional o Ensino Médio \n (Enem) foi assegurada nos presídios da Capital e interior e os aprovados\n estão sendo inscritos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). \n Embora Campo Grande tenha uma das maiores populações de presos \n (5.300 homens e mulheres, em regimes fechado, semiaberto e aberto), a \n ocupação e a presença de grande parte deste contingente nas salas de \n aulas instaladas nos presídios, com formação fundamental e média e o EJA\n (Educação de Jovens e Adultos) contribui para a harmonia do ambiente \n interno, explicou Deusdete Filho. \n Em relação ao aproveitando da mão de obra prisional, que também \n prepara o interno a uma nova vida na sociedade, Mato Grosso do Sul \n supera o índice nacional de atividades laborais envolvendo a massa \n carcerária, que é de 18%. Dados atuais da Agepen apontam que 39,7% dos \n detentos do Estado (cerca de 12 mil) tem uma atividade ocupacional, \n remunerada ou não, dentro e fora dos presídios. \n Novos parceiros \n No início do primeiro mandato do governador André Puccinelli, em \n 2007, o Estado mantinha parceria com apenas 27 empresas que ofereciam \n vagas ao sistema. No ano passado, o projeto teve a adesão de 115 \n empresas e atualmente os parceiros somam 176, beneficiando 4.809 presos.\n Hoje 91,98% dos internos do regime semiaberto trabalham, sendo mais de \n 80% (1.911) remunerados. \n Uma das primeiras empresas a aderir ao programa, a Agosto \n Confecções, de Campo Grande, há nove anos, emprega atualmente 42 \n mulheres, das quais 30 na mini-indústria instalada no Estabelecimento \n Penal Irmã Irma Zorzi. O projeto tem dado resultados. É bom para a \n sociedade e mais empresas deveriam aderir, afirma o empresário Edson \n Germano, dono da empresa especializada em uniformes. \n Mais segurança \n Germano criou até um nome para sua iniciativa Vestindo a \n liberdade e muitos dos atuais empregados são ex-presidiárias. Ele \n conta, com orgulho, o caso de uma interna que montou sua própria \n confecção após cumprir a pena. Isso é gratificante e demonstra que a \n iniciativa do governo de dar oportunidade a estes presos de se \n reencontrar na sociedade é positiva e merece o apoio de todos, diz o \n empresário. \n O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Vantuir \n Jacini enfatizou a instalação de empresas conveniadas que dão trabalho \n aos internos na própria unidade penal, reforçando as ações de segurança,\n além de ajudar na profissionalização dos reeducandos. É dada a eles a \n oportunidade de trabalharem, serem remunerados por isso, e ainda \n aprendem uma profissão, pontuou. \n Menos encargos \n O Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, unidade masculina de \n regime semiaberto que abriga 365 detentos, na Capital, é outro exemplo \n da parceria de sucesso. A unidade se tornou uma referência nacional e \n mereceu destaque da Coordenadoria das Varas de Execução Penal do Estado \n de Mato Grosso do Sul (COVEP). Outro exemplo é o Centro Penal Industrial\n Paracelso Lima de Jesus, em Três Lagoas, que tem a parceria da \n multinacional Metal Frio. \n As empresas têm isenções fiscais do Estado e de encargos \n trabalhistas e os reclusos recebem remuneração e remição de um dia na \n pena a cada três de serviço prestado. Em 2013, a Agepen firmou 82 novos \n convênios, ampliando e diversificando ainda mais a formação profissional\n dos internos em novas e diferentes áreas, como higienização industrial e\n processamento de couros, peles e lãs.
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