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22/05/2012 09:00:00
Mato Grosso do Sul: para PF, desaparecimento de cacique segue sendo um mistério
Seis meses após o desaparecimento do cacique guarani-kaiowá Nísio Gomes, líder do Acampamento Guayviry, entre as cidades de Amambai e Ponta Porã (MS), as autoridades locais ainda não tem qualquer informação a respeito de seu paradeiro.

Agência Brasil/LD

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\n \n Seis meses após o desaparecimento do cacique guarani-kaiowá Nísio\n Gomes, líder do Acampamento Guayviry, entre as cidades de Amambai e Ponta Porã\n (MS), as autoridades locais ainda não tem qualquer informação a respeito de seu\n paradeiro.\n \n Segundo o delegado federal de Ponta Porã (MS), Jorge Figueiredo,\n as investigações, que correm em segredo de Justiça, deverão ser concluídas em\n breve, mas o paradeiro de Nísio – ou de seu corpo, caso o assassinato se\n confirme – ainda é um mistério. A apuração do crime está a cargo da Polícia Federal\n (PF).\n \n “Não podemos falar muito, mas, em dezembro, quando apresentamos\n nossas conclusões preliminares sobre o inquérito, o Ministério Público Federal\n pediu-nos que fizéssemos novas diligências, principalmente para tentarmos\n localizar o corpo, que ainda não foi encontrado”, informou o delegado nesta\n segunda-feira (21), exatos cinco meses após a PF divulgar, em nota, haver\n indícios de que o cacique estaria vivo. \n \n Segundo Figueiredo, a demora para localizar Nísio ou seu corpo se\n deve às características do crime. O cacique está desaparecido desde o dia 18 de\n novembro, quando cerca de 40 pistoleiros encapuzados e armados invadiram o\n acampamento indígena, atirando e agredindo adultos e crianças. De acordo com os\n índios, entre eles o próprio filho do cacique, Valmir Gomes, Nísio teria sido\n atingido por disparos e seu corpo levado, ensanguentado, pelos pistoleiros. \n \n “Houve, de fato, um ataque [ao acampamento]. Isso já foi\n comprovado e algumas pessoas identificadas”, garantiu o delegado, lembrando que\n três pessoas foram presas no início de dezembro, suspeitas de participar do\n atentado, mas libertadas em seguida. \n \n Durante as investigações, os agentes federais reuniram indícios de\n que quatro fazendeiros e um advogado haviam contratado pessoas ligadas a uma\n empresa de segurança de Dourados (MS) para que retirassem os indígenas da\n Fazenda Nova Aurora, que fica em uma área anteriormente reconhecida como sendo\n indígena. Além dos supostos mandantes, dois administradores e três funcionários\n da empresa de segurança foram indiciados. \n \n Ainda assim, em nota, a PF informou que a pequena quantidade de\n sangue encontrada no local onde Nísio supostamente teria caído, baleado,\n indicava que, possivelmente, seu ferimento não teria sido grave o bastante para\n causar sua morte. Já o laudo da perícia criminal apontou que o rastro de\n sangue, que os índios afirmavam ter saído do corpo de Nísio quando foi\n carregado até uma caminhonete, não pertencia ao líder indígena.\n \n “Ficou impossibilitado de inferir sobre suposto homicídio do indígena\n […] A conclusão a que chegou a Perícia Criminal, de que o ferimento de Nísio\n não foi suficiente para causar morte […] joga por terra a versão apresentada\n pelo seu filho [Valmir], que afirma que Nísio foi morto e seu corpo carregado\n pelos agressores em uma camioneta. Derruba também a teoria do sequestro o fato\n das marcas de sangue que iam em direção à camioneta”, diz a nota da PF, em que\n se afirma também que “os indígenas tinham conhecimento antecipado da investida\n e ficaram aguardando, todos pintados e também com armas (espingardas, machados\n e facas)”. \n \n Valmir, o filho de Nísio, foi indiciado por denúncia caluniosa,\n por, segundo a PF, ter acusado de integrar o grupo que atacou a aldeia, pessoas\n que ele sabia não pertencer ao grupo. \n \n \n \n \n
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