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Geral
02/11/2012 10:33:23
Melhor Sub-19 do mundo, gaúcho luta contra falta de jovens no top 100
O Brasil conta com o melhor do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) até 19 anos de idade.

Terra/LD

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\n \n O Brasil conta com o melhor do ranking da Associação dos Tenistas\n Profissionais (ATP) até 19 anos de idade. Natural de Porto Alegre, Guilherme\n Clezar é o 208º colocado da lista e ilustra um cenário no qual os jogadores\n mais experientes dominam e o ano de 1989, quando o americano Michael Chang\n conquistou Roland Garros aos 17 anos e dois meses de idade, mostra-se uma\n realidade bastante distante. \n \n Clezar não vê ninguém mais jovem a frente na ATP desde 21 de\n outubro, quando o australiano Bernard Tomic, 49º colocado da lista, completou\n 20 anos. "Na verdade não sabia disso, mas é bom, né? O trabalho está sendo\n bem feito", disse o gaúcho de frases curtas, em entrevista exclusiva por\n telefone ao Terra. Guilherme nasceu em 31 de dezembro de 1992 e tem nesta\n semana o melhor posicionamento no ranking na carreira. \n \n No último dia 23, superou por 6/4 e 6/2 o romeno Adrian Ungur, o\n 118 do mundo e tenista de segundo melhor ranqueamento que já venceu na vida,\n pela primeira rodada do Challenger de Porto Alegre. Um dia depois, Clezar\n perdeu por 7/6 (7-3) e 6/2 para o holandês Thomas Schoorel, o 258. Nessa idade\n "é difícil emendar uma sequência de bons resultados", admite o jovem,\n que prega paciência enquanto avalia ter "um potencial legal para\n evoluir". \n \n Essa dificuldade não é vivida somente pelo brasileiro. Atualmente,\n Tomic e o americano Ryan Harrison, 66º colocado da ATP, são os únicos top 100\n com até 20 anos de idade. "Na época em que eu jogava a força física era\n importante, mas não tinha a influência direta que tem hoje.\n \n Obviamente uma boa técnica sempre faz a diferença, mas a questão\n da força está muito mais presente", analisa João Zwetsch, 44 anos, treinador\n de Clezar e 231º melhor tenista do mundo em 1991. "Nas finais dos torneios\n os caras ficam quatro, cinco horas batendo fortíssimo na bola em uma\n intensidade altíssima. Na idade de 17 a 19 anos os jogadores estão ainda no\n processo de desenvolver capacidade física". Zwetsch viaja 80% do circuito\n com Clezar, o único tenista com o qual trabalha diretamente. \n \n O treinador se ausenta nos quatro Grand Slams, quando acompanha\n mais de perto os outros brasileiros - tarefa de capitão da Copa Davis.\n Ex-integrante do Instituto Gaúcho de Tênis (IGT), Clezar passou a trabalhar com\n Zwetsch na temporada passada e destaca a "tranquilidade" do\n ex-técnico de Flávio Saretta e Thomaz Bellucci. "Os resultados melhores\n não vão vir muito em breve, tenho fixado na cabeça de jogar meu melhor tênis\n daqui a dois, três anos", afirma. \n \n Até lá, Clezar, que faz um trabalho para evitar lesões com o\n fisioterapeuta Paulo Campos desde maio de 2011, estará no auge físico e contará\n com mais experiência, algo que o jogador de 1,83 m e 77 kg admite faltar na\n atual transição para o profissional. Ex-número 13 do ranking juvenil da\n Federação Internacional de Tênis (ITF), Clezar foi vice-campeão de duplas de\n Roland Garros em 2009 ao lado de Liang-Chi Huang, de Taipei. \n \n Em 2010, perdeu nas quartas de final do Aberto da Austrália em\n simples para o americano Sean Berman, que cairia na decisão diante do também\n brasileiro Tiago Fernandes. Dois anos e nove meses depois, Berman é o 757 da\n ATP e Fernandes, o 630. Em maio, Clezar bateu o chileno Paul Capdeville, então\n 114º colocado do ranking, por 7/6 (7-4) e 6/3 na final em Rio Quente e venceu o\n primeiro challenger da carreira, dando um passo rumo à "afirmação\n completa" que reconhece ainda buscar. \n \n A conquista veio na quadra dura, piso que domina o circuito de tênis\n atual e no qual ele conquistou oito vitórias e duas derrotas em challengers\n neste ano; no saibro, superfície predileta dos brasileiros e na qual se formou,\n teve oito vitórias e 18 derrotas. "Tenho boa desenvoltura para jogar na\n quadra dura, buscando a definição na primeira bola, tentando comandar os\n pontos", disse ele, que nas palavras de Zwetsch "saca bem e tem uma\n bola muito pesada", mas precisa melhorar "o jogo de rede e a\n movimentação".\n \n Fã de Gustavo Kuerten, Clezar cita que o tricampeão de Roland Garros\n teve "bastante" influência principalmente quando começou a praticar\n tênis, aos cinco anos de idade. "Mas hoje tento me basear nos quatro\n melhores, que estão muito acima da média. Tento tirar um pouquinho deles",\n ressaltou ele, com referência ao suíço Roger Federer, 31 anos, ao sérvio Novak\n Djokovic, 25, ao britânico Andy Murray, 25, e ao espanhol Rafael Nadal, 26, que\n repartiram os títulos de Grand Slam de 2012. \n \n Com o sobrenome de origem alemão - lê-se Clézar -, o jovem gaúcho,\n que divide os treinos entre São Leopoldo e Porto Alegre, é destro, gremista e\n filho do empresário Emerson e da médica Denise, já guarda pelo menos uma\n semelhança com Kuerten, 36 anos. \n \n Veja os melhores tenistas do ranking da ATP até 20 anos de idade:\n \n 49. Bernard Tomic (Austrália) - 825 pontos (21/10/1992) \n \n 66. Ryan Harrison (EUA) - 710 pontos (07/05/1992) \n \n 164. Denis Kudla (EUA) - 323 pontos (17/08/1992) \n \n 166. Jack Sock (EUA) - 319 pontos (24/09/1992) \n \n 178. Agustín Vellotti (Argentina) - 284 pontos (24/05/1992) \n \n 179. Diego Sebastián Schwartzman (Argentina) - 284 pontos\n (16/08/1992)\n \n 185. Javier Martí (Espanha) - 272 pontos (11/01/1992) \n \n 192. Yuki Bhambri (Índia) - 253 pontos (04/07/1992) \n \n 197. Facundo Argüello (Argentina) - 247 pontos (04/08/1992)\n \n 205. Damir Dzumhur (Bósnia) - 238 pontos (20/05/1992) \n \n 208. Guilherme Clezar (Brasil) - 236 pontos (31/12/1992) \n \n Veja os recordes de juventude do tênis mundial na Era Aberta*:\n \n Mais jovem número 1 do mundo: Lleyton Hewitt (Austrália) - 20 anos\n e oito meses em 2001 \n \n Mais jovem top 10: Aaron Krickestein (EUA): 17 anos e 11 dias em\n 1984 \n \n Mais jovem campeão de Grand Slam: Michael Chang (EUA): 17 anos e\n três meses em Roland Garros 1989\n \n Mais jovem campeão de torneio: Aaron Krickestein (EUA): 16 anos e\n dois meses em Tel Aviv 1983 \n \n Mais jovem a vencer uma partida de chave principal: Franco Davin\n (Argentina): 15 anos e um mês em Buenos Aires 1985 \n \n *A Era Aberta começou em 1968, quando os tenistas profissionais\n foram liberados para participar dos Grand Slams \n \n \n \n \n
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