\n \n O clima entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)\n voltou a ficar tenso hoje (7) na retomada do julgamento da Ação Penal 470, o\n processo do mensalão. Logo no início da sessão, o relator do processo, Joaquim\n Barbosa, e o ministro Marco Aurélio Mello protagonizaram uma discussão\n acalorada no plenário. \n \n O desentendimento começou quando Marco Aurélio argumentava que a\n Corte tinha que decidir questões técnicas antes de prosseguir com a fixação das\n penas dos réus. Uma dessas questões é a possibilidade de considerar que alguns\n crimes ocorreram em continuidade e devem ser considerados como um só, com pena\n menor. A outra é a impossibilidade de o réu, com posição de comando na\n organização criminosa, ter a pena agravada duas vezes por esse motivo. \n \n Barbosa sugeriu, então, que as penas somente são grandes porque os\n réus cometeram muitos crimes, o que irritou Marco Aurélio. “Meça suas palavras\n quando eu estiver votando”, disse Marco Aurélio. Barbosa riu, irritando ainda\n mais o colega. “Não ria que isso é um assunto muito sério. O deboche não cabe\n mais, estamos no Supremo Tribunal Federal. As adjetivações são\n supertraiçoeiras,” continuou Marco Aurélio. \n \n Barbosa respondeu que não fez nada além de traduzir a realidade\n que está nos autos, e Marco Aurélio rebateu. “Não admito que Vossa Excelência\n suponha que todos aqui somos salafrários e que só Vossa Excelência é vestal.\n Precisamos acima de tudo admitir a dissidência”. \n \n Mais uma vez, a discussão só foi encerrada após intervenção do\n presidente Carlos Ayres Britto, dando prosseguimento às discussões técnicas do\n julgamento. \n \n \n \n \n