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ImprimirAs ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o governador Eduardo Riedel (PSDB) e outras autoridades, sobrevoaram o município de Corumbá, área mais afetada pelos incêndios que atingem o Pantanal, na manhã desta sexta-feira (28).
A comitiva federal visitou as instalações do PrevFogo na cidade e seguiu para o Quartel do Corpo de Bombeiros, onde foi montada uma sala de situação para monitoramento dos focos de incêndio. Durante uma entrevista coletiva, Marina falou sobre a “junção perversa” que atinge o bioma pantaneiro.
"Os incêndios que aconteceram agora tem uma junção perversa: mudanças do clima, escassez hídrica severa, desmatamento e o uso do fogo. É isso que tem feito com que o Pantanal fique em chamas. Se não pararmos de colocar fogo, não tem quem consiga dar conta dessa junção perversa”.
Mais de 688 mil hectares foram consumidos pelo fogo neste ano no bioma, que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ). Neste ano, 3.451 focos de incêndio foram registrados em todo o Pantanal. O número é 2000% maior do que o de 2023, quando 157 focos de calor foram detectados.
A sul-mato-grossense Simone Tebet falou do sentimento ao ver o cenário de devastação do bioma com os incêndios. A ministra destacou que o Pantanal é patrimônio da humanidade.
“Posso falar como filha desta terra, como quem teve a oportunidade na infância de percorrer as águas do Pantanal, que era considerada a terra da água, da terra e do fogo. O que vimos hoje foi só terra e fogo. Vimos um cenário devastador. Além dos eventos climáticos, aqui também tem a mão do homem”.
O número de focos de incêndios no Pantanal neste ano já supera o registrado no mesmo período de 2020, ano recorde de queimadas em todo o bioma. As queimadas nos seis primeiros meses de 2024 já são maiores em comparação com 2020.
Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência nas cidades atingidas pelos incêndios no dia 24 de junho.
Causa do fogo é investigada
Um levantamento do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) identificou 14 locais responsáveis pelo início dos últimos incêndios no Pantanal. Destes, 12 são fazendas e possuem Cadastro Ambiental Rural (CAR), as outras duas são áreas próximas às propriedades rurais. As causas das queimadas ainda são investigadas.
Os incêndios mais recentes, que começaram em 14 pontos, já se espalharam para pelo menos outras 100 propriedades rurais, segundo análise do promotor de justiça do Meio Ambiente Luicano Loubet.
Enquanto o MPMS investiga, a Força Nacional foi enviada para combater os incêndios e a Polícia Federal vai criar um Gabinete de Contingenciamento de Crise para investigar de forma mais rápida os incêndios no Pantanal.
A Polícia Militar Ambiental (PMA) já atua com apurações em áreas de responsabilidade do estado.