\n \n A população de Anhanduí vai realizar um ato pedindo paz na BR 163\n que corta o distrito. A manifestação será nesta quinta-feira (08), as 19h,\n durante a missa de 7º dia de falecimento do jovem Leandro Cesar Ferreira, 30\n anos, vítima de um acidente de moto, que aconteceu no dia de finados (02), em\n um trecho da rodovia que passa dentro do distrito. A mobilização será em frente\n à Igreja Católica, no quilômetro 420 da BR 163, onde Leandro faleceu. O\n movimento é encabeçado pela Paróquia Santa Catarina, de Anhanduí, onde Leandro\n sempre foi membro ativo das pastorais da juventude, música e comunicação. Pela\n internet, familiares e amigos mobilizam o maior número de pessoas possível para\n comparecer à celebração religiosa e ao protesto pela paz no trânsito. \n \n “Leandro é uma pessoa muito especial para todos nós e foi mais uma\n vítima dessa BR. Nossa intenção é chamar a atenção da sociedade e das\n autoridades políticas e de trânsito. Porque nós precisamos ser vistos. Hoje foi\n o Leandro, ontem foram muitos, amanhã pode ser qualquer um de nós, inclusive os\n não anhanduienses que passam pela BR 163”, protesta o padre Eduardo Galvão. \n \n Perigo constante\n \n Leandro é mais um morador de Anhanduí que perdeu sua vida na BR\n 163. Somente nos 3 quilômetros da estrada que cortam o distrito, dezenas de\n pessoas morreram, vítimas de acidente automobilístico. Entre elas, o menino\n Kennedy da Silva Mesquita, que tinha 8 anos em agosto de 2004, quando foi\n atropelado em plena faixa de pedestres ao atravessar a BR. No início deste ano,\n uma jovem acidentou-se em Anhanduí, na BR 163, e teve um dos braços amputado\n devido à gravidade da batida. \n \n A falta de opções de emprego no distrito é mais um agravante para\n o risco no trânsito. Muitos moradores enfrentam a BR 163, diariamente, para ir\n trabalhar. Leandro, por exemplo, estava a caminho do posto de combustível que\n fica há 12 quilômetros de distância, seu local de trabalho. Em 2007, duas\n professoras também morreram em um acidente, quando trafegavam pela rodovia para\n chegar à EM Isauro Bento Nogueira, onde lecionavam. \n \n Além da população que reside no distrito, há ainda um grande\n número de pessoas que moram nos assentamentos e pequenas propriedades rurais\n que ficam no entorno do Anhanduí. Vários acidentes com vitimas fatais e também\n que deixaram sequelas graves nas pessoas já aconteceram na BR 163, envolvendo\n assentados e sitiantes que têm apenas a rodovia, como caminho para chegar ao\n distrito. \n \n A moradora do assentamento Jibóia e estudante da EE Francisco\n Cândido de Rezende, Isabel, faleceu no ano passado, quando atravessava a BR 163\n e foi atingida por um caminhão, a poucos metros de distância do local onde\n Leandro foi morto. Estudar também é um risco para os moradores de Anhanduí e\n região. Os alunos das duas escolas que moram fora do distrito, esperam o\n transporte escolar no acostamento da rodovia. \n \n “Os problemas são muitos. A BR é mal sinalizada. Os motoristas não\n respeitam as regras de trânsito. O excesso de velocidade é o maior fator de\n perigo. Depois de tantos acidentes, estão colocando radares novamente, mas eles\n ainda não funcionam. A manutenção da rodovia também é muito ruim. Tem uma\n passagem, por exemplo, onde existe o acesso com passarela, mas a faixa de\n pedestres não foi repintada após o último recapeamento da BR, e nós temos que\n passar por aqui todos os dias. Precisamos dar um basta neste descaso. Quantas\n pessoas mais teremos que perder?”, reclama Cira Clair Horing Nantes,\n coordenadora pedagógica da EE Francisco Cândido de Rezende e moradora de\n Anhanduí. \n \n \n \n \n