CE/LD
ImprimirNo ano passado, Mato Grosso do Sul registrou 116 conflitos no campo, número que colocou o estado em 6º lugar no ranking de todas as unidades da federação.
O levantamento foi feito pela Comissão Pastoral da Terra, e resultou no relatório "Conflitos no Campo 2023", que será lançado em Mato Grosso do Sul nesta quinta-feira (23), a partir das 8h, durante a tradicional Assembleia Aty Guasu do povo Guarani e Kaiowá, que acontecerá este ano na Aldeia Jaguapiru, em Dourados.
Segundo o material, mais de 20 mil famílias foram afetadas pelos conflitos no campo no Estado, sendo os povos indígenas de Mato Grosso do Sul os que mais sofrem com estas violências.
O ano de 2023 registrou ainda dois assassinatos, ambos ocorridos no território Guasuty, em Aral Moreira (MS): a rezadora Sebastiana Gauto, 92, e seu marido, Rufino Velasque, 55, do povo Guarani e Kaiowá.
Para Sergio Pereira, coordenador regional da CPT-MS, lançar o Relatório na Aty Guasu é um sinal concreto de apoio aos povos indígenas Guarani e Kaiowá, que estão no centro das violências que ocorrem no campo no Mato Grosso do Sul.
“Há um claro embate entre o agronegócio e as comunidades indígenas que reivindicam seus territórios em nosso estado, e essas disputas culminam em mortes e violências que se agravam a cada ano que passa”, enfatiza o coordenador da Pastoral.
A programação do lançamento contará com mesas de debate e exposição de dados alarmantes e recentes sobre os conflitos no campo no Brasil e no Mato Grosso do Sul.
Representantes do povo Guarani e Kaiowá, de comunidades quilombolas e camponesas irão compor o ato de lançamento juntamente com agentes da Comissão Pastoral da Terra, do Conselho Indigenista Missionário e da Campanha Nacional contra a Violência no Campo, que contribuirão com análises de conjuntura do cenário atual.
O evento de lançamento também contará com a presença de entidades e movimentos sociais que atuam na defesa dos direitos dos povos camponeses no MS como o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de autoridades políticas e parlamentares.