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ImprimirCom os quatro municípios com maior produção de eucalipto do Brasil, sede de três grandes plantas produtoras de celulose em Três Lagoas (duas da Suzano e uma da Eldorado), e ainda com uma unidade de processamento de celulose sendo construída em Ribas do Rio Pardo (pela Suzano), Mato Grosso do Sul levou apenas dois anos para quase dobrar o valor bruto de sua produção florestal, que passou de R$ 1 bilhão em 2020 para R$ 1,9 bi em 2022.
A marca é ainda mais significativa se considerarmos que o ciclo de produção do eucalipto, a madeira mais utilizada no Estado para a produção da celulose, varia de seis a sete anos entre o plantio e a extração, o que indica que este valor pode crescer ainda mais nas próximas estatísticas. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa de Produção da Extração Vegetal e Silvicultura (PEVS 2022).
Área destinada a eucaliptos aumentou mais de 130 mil hectares Em 2022, a área destinada a eucaliptos foi de 1.181.563 hectares no Estado, número que representa um aumento de 135.771 hectares em comparação com a área utilizada em 2021, de 1.045.765 ha.
No ano passado, 99,5% da área destinada à silvicultura no estado tinha eucalipto como produção.
Juntos, eucalipto e pinus foram responsáveis pela cobertura total das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais em Mato Grosso do Sul, que totalizam 1.186.894 ha.
Saiba: na indústria de papel e celulose, enquanto o eucalipto serve de matéria-prima para a produção de celulose de fibra curta, utilizada principalmente na fabricação de papéis, como os de imprimir, escrever e para fins sanitários, a madeira de pinus é destinada à produção de celulose de fibra longa, utilizada na fabricação de papel de qualidade superior, que demanda maior resistência.
Os quatro maiores municípios produtores de Eucalipto no País estão em Mato Grosso do Sul, são eles: Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Brasilândia e Água Clara.
Em Três Lagoas, a área de Eucalipto plantada é de 263.970 mil hectares; no município de Ribas do Rio Pardo, a plantação chega a 250.624 ha; Brasilândia soma 134.125 ha; e Água Clara 128.496.
No ranking dos dez maiores municípios, mais um sul-mato-grossense se destaca: Selvíria ocupa a sétima posição em área de floresta plantada, com 91.884 hectares de Eucalipto.
Produtos Madereiros tambem apresentaram crescimento
Lenha e madeira em tora também apresentaram aumento significativo em 2022.
Após queda de no valor entre os anos de 2020 e 2021, a lenha voltou a apresentar aumento, indo de R$ 70,8 milhões pára R$ 97,7 mi (37,8%). A produção aumentou 5,9%, com 1,1 milhão de metros cúbicos produzidos.
A madeira em tora teve aumento de 52% no valor, indo de R$ 1,1 bi em 2021, para R$ 1,7 bi no ano passado. A produção aumentou 36,8%, com 18,7 milhões de m3.
Com este resultado, Mato Grosso do Sul permanece no 9º lugar no ranking nacional na produção de lenha, e sobe uma posição no ranking na produção de madeira em tora, ficando em 4º lugar.
Queda na produçaõ de carvão vegetal
No ano passado, Mato Grosso do Sul caiu duas posições no ranking de produtores de carvão vegetal. Em 2021, o Estado ocupava a 2º posição do ranking, mas, as 154,8 mil toneladas produzidas no ano passado, que representaram uma queda de 13,8% na produção, deixaram MS na 4ª posição. Lideram o ranking nacional Minas Gerais (6,2 milhões de toneladas), Maranhão (211,8 mil toneladas) e para a Bahia (157,8 mil toneladas).
Apesar da diminuição da produção, o valor obtido ficou estável, totalizando R$ 124,4 milhões.
Os municípios que mais produziram carvão vegetal no Estado foram Ribas do Rio Pardo (44,7 mil toneladas), Água Clara (29,5 mil toneladas), Santa Rita do Pardo (17 mil toneladas), Sonora (7,2 mil toneladas) e Figueirão (6,9 mil toneladas).
Lenha da silvicultura cresce e da extração vegetal cai
Houve queda significativa na extração de lenha no Estado. Entre 2021 e 2022, os números foram de 22.287 m³ para 17.458 (-21,7%). Mas, se considerarmos os últimos dez anos, a queda foi de 93,3%.
Os números de 2022 colocam MS entre os menores extratores de lenha do país, ficando com o 6º menor número.
Dentre os produtos madeireiros da silvicultura, foi registrado aumento de 5,9% na quantidade produzida de lenha entre 2021 (1.054.800 m³) e 2022 (1.147.142 m³).
MS ocupa a 10ª posição na produção de lenha, ranking que é liderado pelo Paraná, com 13.886.230 m³.
O valor da produção de lenha de Silvicultura em MS saltou 37,8% entre 2021 (R$ 70,9 milhões) e 2022 (R$ 97,7 milhões).
Ponta Porã é o município destaque no valor da produção de lenha, ocupando a 24ª posição entre todos os 3.655 municípios brasileiros pesquisados, com R$ 15,5 milhões de valor da produção de lenha. O primeiro colocado é Alto Araguaia (MT), com R$ 253 milhões.
Demais produtos da silvicultura
Em relação aos outros produtos da silvicultura, Mato Grosso do Sul produziu 959 toneladas, mantendo a 5ª posição no ranking nacional. Isso representou uma queda de 68,9% em relação a 2021 (3,0 mil toneladas). No ranking de 2022, a primeira posição foi ocupada pelo Rio Grande do Sul (211,3 mil toneladas), seguido por São Paulo (102,8 mil toneladas), Minas Gerais (83,2 mil toneladas) e Paraná (3,5 mil toneladas).
Entre os três municípios produtores do Estado, a maior produção fica com Inocência (654 toneladas), seguido por Três Lagoas (230 toneladas) e Ribas do Rio Pardo (75 toneladas).
Do total produzido, a maior parte vem do eucalipto (folha), com 884 toneladas, e resina, com 75 toneladas. A resina teve alta de 435,7% se comparado ao ano anterior, e o eucalipto (folha) apresentou queda de71,2% no mesmo período. Em 2022, apesar da queda na produção, o valor da produção na silvicultura desses outrosprodutos, correspondeu a R$ 657 mil, uma alta de 36,3% se comparado a 2021 (R$ 482 mil).
Produtos Alimentícios
Dentre os produtos alimentícios do extrativismo vegetal em Mato Grosso do Sul, houve aumento de 12% no valor daprodução, indo de R$ 197 mil em 2021, para R$ 221 mil em 2022. Já a quantidade produzida dos produtos alimentícios foi de 31 toneladas em 2022, um aumento de 7% na comparação com 2021.
Dentre os produtos extraídos, destaque para as 22 toneladas de pequi, duas a mais que o produzido em 2021. Além disso, nota-se um crescimento de 18% no valor da produção desse item, indo de R$ 39 mil em 2021 para R$ 46 mil em 2022.
Entre os municípios de MS que são produtores de pequi, destaca-se Aquidauana, responsável por 86,3% da produção de pequi no estado. Em 2022, a quantidade desse alimento produzido no município foi de 19 toneladas, 11,7% a mais que o produzido em 2021. Houve também crescimento no valor da produção, indo de R$ 31 mil em 2021, para R$ 37 mil em 2022.
No país, o grupo de produtos alimentícios, o maior entre os produtos não madeireiros da extração vegetal, apresentou aumento do valor da produção (2,8%), totalizando R$ 1,9 bilhão em 2022. O açaí continuou registrando a maior participação, em termos de valor, nesse grupo (43,8%). Em 2022, a produção de açaí foi de 247,0 mil toneladas, 8,8% acima da obtida no ano anterior. O Pará registrou a maior produção de açaí, com 164,9 mil toneladas, o que representa 66,8% do total nacional.
Pesquisa
A pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura - PEVS 2022, contempla informações referentes à quantidade e ao valor da produção decorrentes dos processos de exploração de florestas plantadas para fins comerciais (silvicultura), bem como da exploração dos recursos vegetais naturais (extrativismo vegetal).