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ImprimirCom a colheita da soja atrasada e o aumento das chuvas e o tempo abafado, os casos de ferrugem-asiática avançam em Mato Grosso do Sul, chegando a 55 ocorrências, só perdendo para o Estado do Paraná, onde segundo o Consórcio Antiferrugem já foram contabilizados 83 casos até esta quarta-feira, 22.
Os primeiros casos da doença na soja foram registrados no final de novembro do ano passado em MS. De lá para cá, os focos vêm se alastrando por todas as regiões produtoras do Estado, atingindo municípios como: Amambai, Aral Moreira, Bonito, Caarapó, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Dourados, Itaquiraí, Ivinhema, Jateí, Laguna Carapã, Maracaju, Naviraí, Ponta Porã, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Terenos. O município onde foi registrado maior número de casos foi Naviraí (região sul do Estado), com 16 ocorrências.
O presidente da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul), André Dobashi, chama a atenção dos agricultores para o controle da doença e o cumprimento dos protocolos de aplicação de fungicidas, "uma vez que mesmo os níveis das lavouras estarem altíssimos não é hora de relaxar", alerta.
Para Dobashi, o excesso de chuva, o tempo abafado e as temperaturas elevadas formam um microclima propício para o surgimento da ferrugem-asiática, que mesmo nessa fase final de produção a planta ainda pode ser atacada causando prejuízos expressivos. "Depois de instalada a ferrugem na planta é muito difícil conter o avanço da doença", reforça.
Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a ferrugem-asiática da soja foi identificada pela primeira vez no Brasil em 2001, e a partir de então é monitorada e pesquisada por vários centros públicos e privados. Segundo o Consórcio Antiferrugem, essa doença, considerada a mais severa da cultura, podendo causar perdas de até 90% de produtividade se não controlada.
Lagarta resistente
A Aprosoja alerta também para o ataque da lagarta lagarta falsa-medideira na soja Bt em Mato Grosso do Sul. Produtores rurais estão preocupados com a ocorrência da praga, principalmente contra a soja transgênica a de primeira geração no Brasil (variedade Intacta RR2 Pro®). A lagarta teria criado resistência à soja Bt, que foi desenvolvida por meio do melhoramento genético, através de biotecnologia.