Segunda-Feira, 2 de Junho de 2025
Geral
02/05/2025 17:22:00
Paraguai inicia audiência de militares presos por fornecer armas a facções
Dois generais e um coronel foram presos em dezembro de 2023 no âmbito da Operação Dakovo

CGN/LD

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Começou nesta sexta-feira (2) a audiência preliminar da ação criminal contra três oficiais de alta patente das Forças Armadas do Paraguai e três civis daquele país presos no âmbito da Operação Dakovo, em dezembro de 2023.

Eles são acusados de fazer parte de poderosa organização criminosa que trazia armamento de guerra de países do leste europeu para o território paraguaio através de importações legais.

Com a proteção dos militares, as armas eram desviadas para o Brasil de forma clandestina e fornecidas a facções criminosas brasileiras, principalmente o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho).

No início da audiência preliminar, na manhã de hoje, o Ministério Público do Paraguai manteve a acusação e pedido de julgamento público do coronel Benvindo Santiago Fretes Gonzálves e dos generais Arturo Javier González Ocampo e Jorge Antonio Oruê Roa.

Foram denunciados no mesmo processo os civis Paulo César Fines Ventura, Victorino Gómez Paredes (vendedores de armas) e Rodolfo Rodrigo Samaniego Lezcano, ex-funcionário da IAS (Internacional Auto Supply), empresa de autopeças usada para importar o armamento.

Conforme a denúncia do MP paraguaio, o esquema criminoso consistia na importação legal das armas, posteriormente adquiridas por pessoas e empresas de fachada, controladas por facções brasileiras.

Responsáveis pelo controle de venda de armas no Paraguai, os militares faziam vistas grossas em troca de propina. A audiência iniciada nesta sexta continua na segunda-feira (5), com manifestação do Ministério Público sobre recursos apresentados pelas defesas. Posteriormente, os acusados serão interrogados e a Justiça decidirá se irão ou não a julgamento.

Em julho do ano passado, a Justiça daquele país autorizou a extradição para o Brasil de dez paraguaios presos na operação. Entretanto, até agora a medida não foi cumprida. Pelo menos 43 mil armas curtas e longas trazidas da Europa foram parar nas mãos de facções brasileiras.

Dono da empresa IAS, o argentino Diego Dirisio, chamado de “Senhor das Armas”, foi preso em seu país de origem, em fevereiro de 2024. A mulher dele, a ex-modelo argentina Julieta Nardi, também denunciada no esquema, foi presa com o marido.

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