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ImprimirA usina Sonora, no município homônimo no norte de Mato Grosso do Sul, é a pioneira do estado na produção de etanol. Iniciou o processamento do biocombustível há mais de 47 anos e nesta trajetória de sucesso se tornou uma referência em resiliência, em adaptação as novas tecnologias e em crescimento sustentável no setor sucroenergético.
O diretor-presidente da companhia, Luca Giobbi, aponta que a safra 2022/2023 foi histórica para a empresa, graças aos investimentos em tecnologia feitos nos últimos anos e as boas condições climáticas.
“Conseguimos moer 1,950 milhão de toneladas. É nosso novo recorde. Superamos a marca de 2020, quando processamos 1,750 milhão de toneladas. Com essa grande quantidade de matéria-prima produzimos 2,958 mil sacas de açúcar, 82 milhões de litros de etanol e exportamos ainda 70 megawatts (MW) para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Resiliência
Giobbi atribui os ótimos resultados obtidos pela empresa e a própria manutenção do negócio de maneira sustentável nestas quase cinco décadas a basicamente dois fatores. O primeiro, é uma equipe de gestão diferenciada, com lideranças altamente comprometidas com a companhia.
“Todos entendem a responsabilidade que têm não somente com a empresa, mas com a comunidade, com a cidade de Sonora, no qual a companhia está inserida e, por isso, se se empenham em fazer diferente sempre”, ressalta.
O segundo ponto, aponta o diretor-presidente, é uma cultura empresarial alicerçada em fazer investimentos sempre de modo muito criterioso e com a implementação de projetos e ações de maneira gradativa.
Desse modo, ele aponta que se assegura a continuidade dessas iniciativas e a qualidade dos investimentos, sem ampliar de maneira demasiada o endividamento. “Esse é um dos nossos maiores feitos e um dos motivos por nos mantermos bem vivos no mercado nestes 47 anos”, destacou.
Novas tecnologias
Giobbi diz que ao longo de sua trajetória a companhia sempre esteve empenhada em incorporar as novas tecnologias do setor. “Quando começamos os processos eram todos manuais, do plantio a colheita. Além disso, tivemos muitas dificuldades para conseguir mão de obra. Trazíamos pessoas de outros estados, principalmente do Nordeste do país, onde já tinham experiência com a cultura. Ao mesmo tempo, a tecnologia de produção do etanol era nova. Sofremos um pouco com isso também”, recorda.
Ao longo das décadas, com o desenvolvimento do chamado “estado da arte” na produção de etanol no país, ele aponta que a empresa foi implementando essas novas tecnologias e também diversificando seu portfólio de produtos. “Em 1994 começou a operar nossa fábrica de açúcar, que depois passou por duas ou três ampliações tanto na estrutura de processamento quanto na de armazenagem. E em 2021, começamos a exportar para o SIN a energia excedente da nossa cogeração com o bagaço de cana. Então, além de produzirmos nossa própria eletricidade, também estamos disponibilizando o que não usamos para o sistema nacional”.
Mão de obra e social
Atualmente, a empresa tem 1.650 funcionários diretos, representando cerca de 11,36% da população de Sonora, que é de 14.516 pessoas, segundo dados do Censo 2022.
O diretor lembra que no constante processo de evolução tecnológica da empresa sempre foi uma preocupação qualificar a mão de obra local para acompanhar esse desenvolvimento. “Sempre valorizamos a população de Sonora e região. Buscamos trazer novos conhecimentos, alinhando os interesses e demandas da empresa ao crescimento profissional dos nossos colaboradores”.
Ele destaca que a questão da responsabilidade social da empresa com a comunidade sempre foi um dos pilares da empresa e que isso é ressaltado pelo número de projetos apoiados pela companhia. Entre eles, uma creche administrada pela empresa e que atende crianças de 6 meses a dois anos, sejam filhos de funcionários ou da população em geral.
Além disso, apoia a APAE local e também o projeto Esperança, que atende de pessoas com deficiência as que passaram por situações traumáticas. A empresa ainda custeia bolsas em uma escola particular da cidade e promove a tradicional Festa da Cana, que já teve 22 edições e está inserida no calendário oficial de eventos do estado.
Mercado e certificações Com duas das principais certificações do país, a FSSC 22000 e a Bonsucro, que auditam o processo produtivo e asseguram, por exemplo, no caso da segunda, a responsabilidade social e ambiental da produção, comprovando o cumprimento de padrões rigorosos de qualidade e normas internacionais de sustentabilidade, a empresa atende o mercado local e o de outros estados também.
“Com nosso açúcar atendemos o estado todo. Além disso, somos fornecedores também para engarrafadores de refrigerante no próprio Mato Grosso do Sul e em vários estados do norte, como Amazonas e Rondônia”, comenta.
Futuro
Com foco no crescimento com qualidade da empresa, Giobbi, diz que ainda existem várias oportunidades para o aprimoramento do processo produtivo. Na área agrícola citou a possibilidade de ampliar o potencial agronômico da cana. Já na industrial, destacou a implementação crescente da indústria 4.0, com o uso da inteligência artificial para reduzir os riscos de erros humanos e a ainda a oportunidade de incorporar um novo produto ao seu portfólio, o biometano, feito a partir da vinhaça.
“Temos um planejamento de tudo isso, para ser implementado em breve. Nosso projeto é estejamos entre as melhores do país, em termos de automação e de eficiência. Uma das nossas visões de negócio é que não precisamos ser necessariamente a maior, mas que estejamos entre as mais eficientes do Brasil. Não queremos crescer a qualquer custo, mas com qualidade”, conclui, citando como grande meta, chegar aos 3 milhões de toneladas moídas por ciclo, patamar sonhado pelo seu pai, Francisco Giobbi, que fundou a empresa.