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ImprimirA ex-namorada do jogador de futebol Hugo Vinicius Skulny Pedrosa, 19 anos, teve a liberdade concedida pelo juiz Túlio Nader Chrysostomo no final da tarde de quinta-feira (4). Rúbia Joice de Oliver Luvisetto, 21 anos, estava presa há aproximadamente 8 meses acusada de participar da morte do rapaz na madrugada do dia 25 de junho de 2023, em Sete Quedas.
Rúbia passou por audiência de instrução no dia 29 de março deste ano, na ocasião, ela confessou que presenciou o assassinato, mas não pediu socorro ou denunciou os culpados. A versão foi a mesma dita em depoimento na fase processual do caso. A jovem chegou a afirmar que se arrependeu da forma como agiu e que se tivesse procurado a polícia, ninguém estaria preso.
Ao fim da audiência, a defesa da jovem entrou com pedido de liberdade provisória e nesta quinta-feira a decisão foi proferida pelo juiz. No documento, o magistrado alega que até então não há indícios de que Rúbia tenha premeditado o crime ou armado emboscada com os outros réus para a execução do jogador.
“Ao contrário, há indícios nos autos de que a ré teria colocado a vítima para fora da residência. As provas colhidas não permitem concluir que Rúbia seja uma pessoa violenta”, diz o juiz que também pontuou o fato de a acusada não ter nenhum antecedente criminal.
A acusação sustentou a manutenção da prisão para garantir a aplicação da lei penal, apontando que a mãe e o padrasto de Rúbia morem no Paraguai, mas para o juiz não há risco de fuga, já que os dois são corréus no processo e prestaram depoimento na delegacia, bem como estiveram no Fórum de Sete Quedas para interrogatório.
Além disso, a defesa esclareceu que a ré vai morar com a avó na cidade de Umuarama, no Paraná, onde não há nenhum risco de fuga para o Paraguai. O que, para o juiz, garante a ordem pública, já que ela não estará na cidade onde o crime aconteceu.
“Por todo o exposto, revogo a prisão preventiva de Rúbia, concedendo-lhe liberdade provisória cumulada com as seguintes medidas cautelares: estabelecer residência no endereço informado, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana e feriados, comparecer em juízo e não manter contato com as testemunhas, família da vítima e demais corréus – com exceção da mãe e do padrasto”, finaliza o magistrado. A jovem deve ser solta nesta sexta-feira (5).
"Dia triste"- A decisão abalou a família do jogador. AoCampo Grande News, a tia de Hugo afirmou estar se sentindo "impotente" com a liberdade de Rúbia que, segundo ela, muda a versão do depoimento várias vezes .
"Hoje é um dia muito triste para mim. Ficamos dias sem dormir procurando o corpo do Hugo e ela falando comigo por mensagens todos os dias e fingindo que não sabia de nada. Agora, simplesmente vai ficar em liberdade? O Hugo não volta mais. Era como se fosse meu filho, eu o amava muito. Confesso que fiquei muito surpresa com essa decisão", disse Rose Skulny.
O crime - Na madrugada do dia 25 de junho, Hugo Skulny saiu de uma festa em posto de combustível na cidade de Pindoty Porã, no Paraguai, na região de fronteira, próximo de Sete Quedas. Na sequência, foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e, desde então, não foi mais visto. No domingo, 2 de julho, partes do corpo dele foram encontradas no Rio Iguatemi. Uma tatuagem ajudou na identificação da vítima.
No dia 3 de julho, partes da cabeça foram encontradas. A investigação policial apontou que Rubia Joice de Oliver Luivisetto e o "ficante" Danilo Alves Vieira da Silva premeditaram o assassinato de Hugo Vinícius. Rubia foi coautora e Danilo quem matou o jogador a tiros. Depois, a vítima foi esquartejada com uma serra elétrica no local onde foi desovado.
Durante as investigações, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, apreendidos celulares, carros, barco, instrumentos cortantes e DVR. Após se entregar à polícia, Rubia alegou que Hugo invadiu sua casa e Danilo atirou contra o ex durante a confusão. Depois, o “ficante” teria feito ameaças de morte a ela e Cleiton, para que os dois ajudassem a encobrir o crime.
A moça também afirmou que Danilo e o amigo foram os responsáveis por colocar o corpo de Hugo na carroceria do veículo dela e se livrarem do cadáver. Disse que não sabia o que havia sido feito do corpo, muito menos do esquartejamento.