Geral
09/03/2013 08:03:00
Produtores de MS fazem protesto contra demarcações indígenas
A prefeitura e a Câmara Municipal de Sete Quedas apoiaram o movimento. O prefeito José Gomes Goulart, o Casé, destacou o manifesto
DouradosAgora/AB
Imprimir
\n A insegurança jurídica na região sul do Estado está mobilizando entidades organizadas a protestar contra os estudos demarcatórios de terras da Fundação Nacional do Índio (Funai). Nesta sexta-feira, a cidade de Sete Quedas parou durante mobilização que pediu basta aos estudos antropológicos na região. O movimento, organizado pelo Sindicato Rural do município, contou com aproximadamente 300 veículos entre tratores, caminhões, carros de passeio, motociclistas e peões. Em carreata, eles percorreram a região central e bairros da cidade. O co-mércio se solidarizou ao movimento e grande parte das lojas baixou as portas no período da manhã. A concentração dos manifestantes foi realizada na sede do Sindicato Rural. De lá, eles tomaram às ruas em manifesto pacífico. Produtores rurais e entidades organizadas das cidades de Amambai, Tacuru, Iguatemi, Coronel Sapucaia, Paranhos e Guaíra, no Paraná, também participaram do encontro. Para o produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Sete Quedas, Orlando Vendramini Neto, o manifesto mostrou a força da sociedade. Isso daqui é apenas o início e não vamos parar por aqui, anunciou Vendramini. Não somos contra os indígenas, queremos apenas que o governo reconheça as nossas terras, declarou. O presidente do Sindi-cato Rural de Guaíra (PR) foi mais longe. Temos que chamar a atenção dos governantes e de toda a sociedade para essa causa, nem que para isso tenhamos que fechar a BR-163 e a ponte que divide Mato Grosso do Sul e Paraná. Somente assim eles verão a nossa força, disse Silvanir Rosset. Guaíra nunca teve aldeia indígena e de uns anos para cá passou a ser invadida por índios, muitos deles paraguaios. Esse mesmo problema acontece numa cidade vizinha, Terra Roxa, e o governo federal apoia essas invasões. Se os índios tem direito, onde estão os nossos?, indagou. A prefeitura e a Câmara Municipal de Sete Quedas apoiaram o movimento. O prefeito José Gomes Goulart, o Casé, destacou o manifesto. Estamos juntos nessa luta, que é em prol do desenvolvimento de nossa cidade, pela geração de em-pregos, atrair novas empresas e indústrias, sobretudo pelo fortalecimento do campo, carro-chefe de nosso estado, e esse clima de insegurança jurídica não pode mais nos atrapalhar, pontuou o prefeito. Preocupação Após percorrerem a cidade, os manifestantes se reuniram para pedir o fim da insegurança jurídica. Várias autoridades tiveram a oportunidade de utilizar o micro-fone e falar para o público de cerca de 600 pessoas que compareceram ao manifesto. O que a Funai está fazendo com a classe produtora é uma injustiça. A Funai é manipulada e dirigida por ONGs internacionais. Eles querem driblar a correta aplicação da lei e a própria justiça é enganada pelo sentimentalismo. A Funai não pode continuar cometendo esses desvios institucionais, disse o antropólogo Hilário Rosset, que há 20 anos faz estudos na região. Ele continuou: Sabemos que o estado tem o dever de demarcar as terras, mas que faça de forma eficaz, com responsabilidade. Já provei que nessa região não há terra indígena e encaminhei toda a documentação para Brasília, mas parece que nossos governantes e a justiça não querem dar um mínimo de atenção, questionou. O processo de demarcações na região Sul analisa três áreas, as terras indígenas Iguatemi-Pegua I, II e III. Já a Terra Indígena Iguatemi-Pegua I, com por-taria publicada, abrange área de 41,5 mil hectares, o que equivale a 14% do município de Iguatemi. Caso essas novas áreas sejam criadas, abrangerão 5% de Amambai, 25,2% de Paranhos, 28,9% de Tacuru, além de 53,1% de Coronel Sapucaia, em um total de 159,8 mil hectares. O produtor rural Gilberto Zoller sofre com o impasse. Dos 2,9 mil hectares das suas terras, pelo menos 400 destes é pleiteado pela Funai. Já o produtor Fabiano Milanezi enfrenta uma situação ainda mais crítica. Sua propriedade fica localizada em Iguatemi e a Funai quer transformar a fazenda dele e de outros 11 vizinhos em uma Reserva Indígena de 6 mil hectares. Eles querem a minha fazenda por completo, que é de 400 hectares, diz o produtor. Desde 2003 as terras de Fabiano e de seus vizinhos foram invadidas. Os índios preferem chamar de retoma-da de terra. De lá para cá deixei de produzir e a terra tornou-se imprópria, la-menta o produtor, que cal-cula prejuízo superior a R$ 10 milhões. \n \n
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias