Geral
12/03/2013 09:39:05
Professor mata a mulher e ganha pensão por morte em São Paulo
Com riqueza de detalhes, o professor de matemática Claudemir Nogueira mostrou à polícia em 2010 como enforcou a mulher com um fio, dentro de casa, em bairro de classe média na zona sul de São Paulo, um ano antes.
Folha/PCS
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\n \n Com\n riqueza de detalhes, o professor de matemática Claudemir Nogueira mostrou à\n polícia em 2010 como enforcou a mulher com um fio, dentro de casa, em bairro de\n classe média na zona sul de São Paulo, um ano antes. \n \n À\n Justiça, manteve o relato. Também admitiu o crime a peritos do governo\n estadual. \n \n Apesar\n das confissões a diferentes braços do poder público, Nogueira, 48, recebe\n mensalmente pensão do INSS pela morte da mulher, que ele assassinou. Só em\n 2010, foram R$ 19 mil, segundo documentos obtidos pela Folha. \n \n Nogueira\n também continua recebendo os vencimentos por ser professor da rede estadual, no\n valor de R$ 2.509 ao mês. Atualmente, ele trabalha em atividades burocráticas\n da pasta, após ter sido afastado das salas de aula. \n \n "Você\n consegue imaginar a nossa revolta?", afirmou Samiha Tauil, tia da vítima,\n a fisioterapeuta do Sesi Mônica El Khouri, que tinha 37 anos quando foi\n assassinada. \n \n "Ele\n matou a Mônica, confessou em várias instâncias e está nessa situação\n confortável, com pensão e salário do Estado", disse Samiha. \n \n Segundo\n a Promotoria, Nogueira matou a mulher porque havia sacado todo o dinheiro dela.\n Já o professor disse à Justiça que ele perdeu o controle após discussão. \n \n Até\n o momento, Nogueira não ficou nenhum dia preso, pois não possui antecedentes e\n não oferece mais risco às investigações, avalia a Justiça. \n \n Ele\n ainda não foi julgado porque a defesa entrou com pedido para tentar tirar o\n caso do Tribunal do Júri. Uma das lutas da família da vítima hoje é cancelar a\n pensão dada a Nogueira e transferi-la para a mãe de Mônica. \n \n O\n Ministério da Previdência Social, responsável pelo INSS, e o próprio instituto\n foram avisados pelos familiares da fisioterapeuta ao menos quatro vezes sobre a\n situação. \n \n O\n primeiro protocolo foi feito há mais de dois anos --sem resposta até hoje. \n \n À\n reportagem, o INSS não explicou o porquê de a pensão estar mantida. O Estado\n disse que o docente responde processo disciplinar, "com amplo direito de\n defesa". \n \n Nogueira\n admitiu o crime também a três médicos peritos do governo estadual. \n \n As\n declarações foram dadas quando ele pediu licenças, dizendo estar abalado com o\n crime. Os afastamentos foram aceitos, mas a informação não foi repassada a\n outras instâncias à época. \n \n A\n defesa de Nogueira não quis se manifestar à reportagem sobre a situação dele. \n \n Para\n Marcus Orione, pesquisador da USP em direito previdenciário, o fato de o réu\n não ter sido condenado o beneficia, ainda que ele tenha confessado o crime. \n \n "Um\n problema aí é a lentidão da Justiça. Se ele já tivesse sido condenado, por\n crime de 2009, provavelmente já teria perdido os benefícios."\n \n \n
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