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26/02/2013 09:00:00
Rugai se matricula em biomedicina em universidade federal do RS
Condenado a mais de 33 anos de prisão pela morte do pai e da madrasta, em março de 2004, Gil Rugai se matriculou em Biomedicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

G1/LD

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\n \n Condenado\n a mais de 33 anos de prisão pela morte do pai e da madrasta, em março de 2004,\n Gil Rugai se matriculou em Biomedicina na Universidade Federal de Ciências da\n Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Com o direito de responder em liberdade\n garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Rugai, de 29 anos, conquistou a\n vaga por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e consta na lista do\n Sistema de Seleção Unificada (Sisu), divulgada em janeiro.\n \n Em\n contato com o G1 nesta\n terça-feira (26), a universidade confirmou a matrícula do aluno, mas disse que\n não há registro de presença de Rugai nesta segunda-feira (25), primeiro dia do\n ano letivo. Ele já morou no Rio Grande do Sul em 2008 e chegou a ser preso no mesmo\n ano por mudar de endereço sem comunicar à Justiça.
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\n A reportagem tentou entrar em contato com os advogados de Rugai, mas eles não\n foram localizados.\n \n Entenda
\n Gil Rugai foi condenado a 33 anos e nove meses pelo assassinato do pai, Luis\n Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra Troitino, em março de 2004. Como Rugai\n tem uma liminar do STF que lhe garante liberdade, não tem antecedentes\n criminais e não pode mais interferir no processo (que já foi encerrado), o juiz\n permitiu que ele recorra em liberdade. A defesa disse que irá recorrer e tem\n até sexta-feira (1º) para isso.\n \n O\n primeiro passo deverá ser pedir a anulação do julgamento ao Tribunal de Justiça\n de São Paulo. Se ganhar, haverá novo júri popular. Se perder, ainda pode levar\n o caso ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal. Com isso,\n deve levar um bom tempo para que o condenado Gil Rugai comece a cumprir a pena.\n \n A\n sentença é o resultado de cinco dias de julgamento, encerrado na última\n sexta-feira (22) no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Neste período, foram\n ouvidas 15 testemunhas (sendo cinco de acusação, sete de defesa e três do\n juízo), além do réu, que foi interrogado pelo juiz, por seus advogados e pelo\n promotor.\n \n Na\n sentença, o juiz Adilson Paukoski Simoni chamou o condenado de dissimulado e\n "extremamente perigoso". Entretanto, determinou que ele poderá\n recorrer em liberdade. Segundo o juiz, Rugai pode pedir progressão para o\n regime semiaberto com o cumprimento de 5 anos, 7 meses e 15 dias de pena. Ele\n já cumpriu cerca de dois anos.\n \n Gil\n Rugai negou o crime. "Não fui eu [quem matou]. Agora quem foi eu não\n sei", disse. As principais provas apresentadas contra o réu foram a pegada\n de Gil Rugai em uma porta arrombada no local do crime e a localização da arma\n que matou o casal. Ela pertencia ao jovem.\n \n Tese da acusação
\n Os jurados acreditaram na tese do promotor do caso de que Gil matou o casal\n porque teve medo de que seu pai levasse adiante a ameaça de denunciá-lo à\n polícia por causa de um desvio de dinheiro ocorrido na produtora da vítima, a\n Referência Filmes.\n \n O\n promotor também apontou o que chamou de outras contradições no interrogatório\n de Gil. Uma delas é sobre o local onde ocorreu uma discussão entre pai e filho\n dias antes do assassinato. Gil disse que não esteve na produtora do pai. Já em\n interrogatório prestado anteriormente, afirmou que após jantar com Luis em um\n restaurante, concluiu a conversa na sede da Referência Filmes.\n \n No\n mesmo processo pelo homicídio, Gil responde ainda à acusação de ter dado um\n desfalque de mais de R$ 25 mil, em valores da época, à empresa do pai, razão\n pela qual havia sido expulso do imóvel cinco dias antes do crime. Ele cuidava\n da contabilidade da “Referência Filmes”.\n \n Tese da defesa
\n O advogado Thiago Anastácio disse que a acusação tentou criar a imagem de Gil\n como um psicopata. “Construíram um psicopata. O caso Richthofen não é o caso do\n Gil”. A afirmação foi feita durante a argumentação da defesa na fase de debates\n do julgamento.\n \n Durante\n o debate, os advogados de Gil Rugai apresentaram a linha do tempo que colocaria\n o réu fora da cena do crime e desqualificaram os depoimentos das testemunhas.\n “Um analfabeto fala que viu Gil Rugai sair de capa caramelo”, disse Anastácio\n tentando descredenciar o depoimento do vigia que afirmou ter visto Gil na casa\n onde ocorreram os crimes.\n \n Durante\n uma hora e meia, os defensores tentaram plantar dúvidas no júri.nbsp; “Temos\n telefonemas que confirmam que Gil não estava na cena do crime. Às 21h54, um\n vizinho ligou para o motorista no dia do crime para relatar ter ouvido\n disparos. Às 22h12, Gil no telefone fixo da produtora dele, ligando para ele.\n Estava a 4 km de distância. Pergunto: Gil estava na cena do crime?”, afirmou o\n outro advogado de Gil Rugai, Marcelo Feller.\n \n “E\n às 22h13, o vizinho liga novamente para o vigia perguntando sobre o barulho. E\n às 22h14, uma mulher chama a PM. Por que os vizinhos só chamaram a PM 44\n minutos depois?”, contou tentando provar que seu cliente não estava presente na\n casa onde Luis Carlos Rugai e Alessandra Troitino.\n \n Acusação
\n Durante sua fala, o promotor Rogério Leão Zagallo afirmou que o réu “tem dupla\n personalidade”. “Tangencia entre a normalidade e psicopatia”, disse o\n representante do Ministério Público (MP). A Promotoria afirmou ainda que Gil\n Rugai mentiu no júri ao dizer que não sabia que o pai havia trocado as chaves\n da produtora Referência Filmes. “À Polícia Civil, Gil havia dito no passado que\n soube dessa troca. Outras testemunhas, funcionários da empresa confirmaram\n isso”, disse Zagallo.\n \n A\n tese do promotor é que a troca ocorreu porque o pai de Gil descobriu que o\n filho fraudou a empresa e não queria ele mais trabalhando nela e morando na\n mesma casa. Para o MP, Gil matou o casal porque teve medo de seu pai levar\n adiante a ameaça de denunciá-lo à polícia pelo desvio de dinheiro.\n \n O\n promotor também questionou os álibis de Gil. O réu afirma que não estaria na\n cena do crime. “Se assim fosse, a amiga que o viu no Shopping Frei Caneca e a\n outra pessoa que falou que consertaria o telefone celular dele teriam sido\n arroladas como testemunhas, mas não foram”.\n \n Outro\n depoimento apresentado foi o de um funcionário da Referência Filmes, que disse\n que Gil lhe teria afirmado que gostaria de o pai morto. “Uma funcionária ouviu\n Gil dizer: “eu seria mais feliz se meu pai morresse””, relatou Zagallo. “Ele\n também se referiu ao pai como “fedido””.\n \n O\n objetivo do promotor foi o de tentar traçar o perfil psicológico de Gil. Após\n isso, começou a comentar as provas do crime, como a arma.\n \n \n \n \n
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