Midiamax/LD
ImprimirA defesa do serial killer, Cleber de Souza Carvalho, entrou com pedido na última segunda-feira (29) para que o assassinato de Timótio Pontes Roman, de 62 anos, no dia 2 de maio de 2020 fosse desclassificado e apenas classificado como homicídio simples sendo ainda Cleber absolvido por ocultação do cadáver do idoso alegando que não tinha a intenção.
Segundo a defesa, Cleber não tinha a intenção de ocultar o corpo de Timótio já que não tinha nenhum conhecimento técnico para saber se a vítima estava morta ou não quando foi arremessada para dentro do poço. Durante o depoimento o serila killer ainda teria dito, “Não sei se estava vivo ou morto, só pensei que se ele acordasse me entregaria para a polícia”.
Ainda segundo a defesa, Cleber não teria armado uma emboscada, já que a vítima teria sido atingida na lateral da cabeça e que todos estavam no local de comum acordo. Assim foi pedido o afastamento da qualificadora que dificultou na defesa da vítima.
A defesa ainda alega que não houve premeditação no caso de ocultação do cadáver, sendo que Cleber afirma que não carregou o corpo de Timótio e o jogou dentro do poço.
Audiência
No dia 16 de março, Cleber Souza foi interrogado pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, por videoconferência sobre o assassinato de Timótio. Ele atualmente está preso no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). Em depoimento, ele contou que o idoso era conhecido do bairro, e sempre conversavam, mas não tinham uma amizade mais próxima. No final de 2017, Timótio teria pegado dinheiro emprestado de Cleber, que por sua vez conseguiu o valor com um agiota de quem, segundo ele, sempre pegava dinheiro. Foram R$ 3 mil, que seriam cobrados a juros, somando R$ 450 à conta por mês.
Mesmo com o passar dos anos, Cleber alegou que Timótio não pagava nem mesmo os juros. Ele, no entanto, repassava os juros ao agiota. “Ele não pagou e por isso aconteceu o que aconteceu”, disse. Cleber chegou a relatar que o valor de dívida beirava R$ 18 mil, mas não se importaria se a vítima pagasse só R$ 5 mil, por exemplo, pois poderia quitar a dívida com o agiota.
Mortes em Campo Grande
José Jesus de Souza, de 44 anos, conhecido como Baiano, desaparecido desde fevereiro de 2020, teve o corpo encontrado no dia 15 de maio, durante a madrugada. Algumas horas depois, quem também teve o corpo encontrado após escavações foi Roberto Geraldo Clariano, de 48 anos, desaparecido desde junho de 2018, morto durante uma discussão no Recanto dos Pássaros.
Roberto teria sido contratado por Cleber para fazer um trabalho braçal, e durante a briga foi morto com golpe do cabo de uma picareta na cabeça. Ele então foi enterrado em um terreno no Recanto dos Pássaros.
No início da tarde do mesmo dia, o idoso o idoso Hélio Taira, de 73 anos, que estava desaparecido desde novembro de 2016, também foi localizado. Cleber fazia reforma em residência na Vila Planalto e, na ocasião, Hélio foi contratado para prestar um serviço de jardinagem, oportunidade em que se desentenderam.
O pedreiro então matou a vítima com pauladas, cavou buraco, enterrou o corpo e depois concretou o local, colocando piso. Por este motivo, o corpo não tinha sido encontrado até então.
Já Flávio Pereira Cece, de 34 anos, desaparecido desde 2015, era dono do imóvel onde foi encontrado enterrado no bairro Alto Sumaré, região da Vila Planalto. Ele era primo do serial killer Cleber, que segundo a polícia, matou a vítima com pauladas, enterrou e vendeu a residência por R$ 50 mil com o corpo de Flávio enterrado.
Na noite do dia 15 de maio foi encontrado o corpo de Claudionor Longo Xavier, de 48 anos, que saiu de casa no dia 16 abril, foi assassinado e teve a moto XTZ Crosser vendida pelo autor. O veículo foi localizado em residência na Rua Juventus, com outro primo de Cleber.
Na manhã do dia 16 de maio, Timotio foi encontrado morto em um poço dentro de residência na Rua Urano, no bairro Vila Planalto. A primeira das vítimas a ser descoberta foi José Leonel, 61, que havia sido encontrado no dia 7 de maio, enterrado no quintal de casa na Vila Nasser.