Midiamax/LD
ImprimirApós protesto de comerciantes e trabalhadores, a reabertura oficial da fronteira programada para esta terça-feira (29) ainda gera incertezas e inibe grandes lojas e rede de atacadistas, que preferem aguardar o decreto do Governo do Paraguai e a anuência do Brasil. A informação é da Câmara de Diretores Lojistas de Pedro Juan Caballero, na divisa com Ponta Porã.
“Só a expectativa de abertura do trânsito entre as duas cidades já tem atraído um bom número de turistas brasileiros que estão chegando de todos os cantos do Brasil. Neste final de semana, por exemplo, já era possível avistá-los nas ruas de Pedro Juan e Ponta Porã, explica Victor Barreto, presidente da Câmara de Diretores Lojistas de Pedro Juan Caballero.
Segundo Victor, “apesar da fronteira já estar funcionando na prática”, não existe nada oficial e há, ainda, a presença de militares da FTC (Força Tarefa Conjunta) em alguns trechos da Linha Internacional. “O que existe de fato é uma grande expectativa em torno um possível ato simbólico que pode reunir os presidente do Paraguai, Marito (Mario Abdo Benitez) e do Brasil Jair Bolsonaro na Ponte da Amizade entre hoje e amanhã. Mas tudo ainda é especulação”, afirma Victor.
Entre as grandes empresas que decidiram aguardar um posicionamento mais claro tanto das autoridades paraguaia quanto brasileiras, está o Shopping China. Segundo a assessoria de marketing do grupo, em conversa com a reportagem do Midiamax, ainda não uma data definida, mas amanhã as portas da loja ainda não estarão abertas.
Embora a a lei da livre concorrência entre os comerciantes da fronteira seja bem acirrada, a ausência das empresas nesse momento de reabertura é sentida. “Nós estamos prontos para atender os turistas brasileiros, que são os grandes personagens do desenvolvimento dessas duas cidades gêmeas (Pedro Juan e Ponta Porã), mas as grandes lojas impulsionam o movimento tanto do lado paraguaio, quanto brasileiro”, relata Jerônimo Benitez Esteban, proprietário de uma loja de auto peças.
O posicionamento do lado brasileiro não é diferente. “A fronteira praticamente não existe sem os turistas brasileiros. Eles são na verdade os nossos verdadeiros patrões, geram riquezas para as nossas cidades e garantem o sustento das nossas famílias”, ressalta Antônio Valadares Martins, proprietário de um restaurante em Ponta Porã.