\n \t O Sincopetro-SP, sindicato que representa os postos de gasolina da Grande São Paulo,\n enviou um ofício nesta quarta-feira (7) à Companhia de Engenharia de \n Tráfego (CET) pedindo que a Prefeitura de São Paulo suspenda a restrição\n por sete dias assim que a greve dos caminhoneiros acabar. O objetivo é \n poder reabastecer os postos da Grande São Paulo de forma mais rápida.\n \n \t O pedido é para que as 27 vias para qual a restrição foi ampliada no \n final do ano passado deixem de ter limites à circulação dos caminhões. \n Na prática, o pedido vai pressionar o prefeito Gilberto Kassab (PSD) a \n rever sua própria decisão de não voltar atrás na ampliação da restrição \n de circulação dos caminhões. A inclusão das novas vias, entre elas a \n Marginal Tietê, e a ampliação do horário da restrição vêm sendo motivo \n de queixas dos caminhoneiros, que promovem um desabastecimento na Grande\n São Paulo. Segundo o presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia, \n quase 100% dos postos já estão sem gasolina.\n \t O presidente do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis \n (Sindicom), Alísio Vaz, afirmou na tarde desta quarta que a decisão \n judicial que determinou que os caminhoneiros tinham de realizar o \n abastecimento não conseguiu acabar com o problema. “Hoje [quarta] \n motoristas foram abordados em seus percursos. Houve uma reversão. De \n novo os motoristas que querem trabalhar ficam assustados. Aguardamos \n novas decisões da Justiça para que de alguma forma esse serviço seja \n preservado.”\n \n \t Também nesta quarta, o Sindicato dos Transportadores Rodoviários \n Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) afirmou ter \n recomendado aos motoristas que retomem os serviços. Caso isso não \n ocorra, a Justiça determinou que os sindicatos deverão receber multa de \n R$ 1 milhão por dia.\n \t Segundo o Sincopetro, motoristas que saíam de bases de Cubatão, no \n litoral, e Paulínia, no interior, também foram barrados, como já vinha \n acontecendo nas distribuidoras da Grande São Paulo. “Quando perceberam \n que os caminhões viriam para São Paulo, [os manifestantes] bloquearam \n esses locais também.”\n \n \t Ainda segundo ele, a PM, que realizou comboios de caminhões-tanque, não\n tem estrutura para acompanhar todos os abastecimentos necessários. Dos \n 30 milhões a 40 milhões de litros que são necessários por dia, apenas 2 \n milhões têm chegado a seu destino, menos de 10%, em um período de 24 \n horas.\n \n \t Por enquanto, a prioridade do abastecimento é para os serviços \n essenciais, como aeroportos, empresas de ônibus e de coletas de lixo, \n por exemplo. Apenas 10% vão para os postos.\n \n \t Normalidade
\n \t Vaz entende que se o protesto acabasse nesta quarta, em três ou quatro \n dias, trabalhando “em pleno funcionamento”, ou seja, com a participação \n total da frota de 700 caminhões que atuam na Região Metropolitana e \n ainda com a Marginal Tietê liberada, seria possível começar a próxima \n semana com os postos reabastecidos.\n \n \t Caso não haja nenhuma permissão, a previsão é que em vez de três ou \n quatro dias, o reabastecimento leve até dez, segundo o Sincopetro. José \n Alberto Gouveia, presidente da entidade, pede que Kassab veja com “bons \n olhos o pedido”. “Se nesse momento só para conseguir o reabastecimento e\n tranquilizar o consumidor, um tempo mínimo que fosse permitindo que os \n caminhões circulassem pela Marginal Tietê. Isso ajudaria, e muito”, \n disse.\n \n \t Ele afirmou ainda que a falta tem gerado correria e desespero nos \n postos. O presidente do Sincopetro citou o caso de uma cliente que \n precisa do veículo para fazer todos os dias sessões de quimioterapia.\n \n \t Gouveia avaliou como traição em relação aos consumidores o fato de \n alguns postos estarem se aproveitando da situação para aumentar o preço \n dos combustíveis. Segundo ele, cerca de 40 denúncias referentes a postos\n chegaram ao Sincopetro e foram reencaminhadas ao Procon.\n \n \t Frete
\n \t Alísio Vaz disse que não chegou ao seu sindicato até o momento nenhum \n pedido por parte dos caminhoneiros em relação ao valor pago pelo frete \n aos caminhoneiros. Com a restrição de horário, eles deixariam de fazer \n as três viagens normais por dia e passariam a fazer uma ou no máximo \n duas, e teriam prejuízo. A pressão por um aumento na remuneração, e não \n apenas o inconformismo com a restrição de vias e horários, seria o pano \n de fundo da greve dos caminhoneiros.\n \n \t Anbsp; paralisação
\n \t Desde segunda, os motoristas de caminhões-tanque paralisaram as \n atividades em protesto contra as restrições de circulação na Marginal \n Tietê e em outras vias do Minianel Viário. Os caminhões estão proibidos \n de trafegar nessas vias das 5h às 9h e das 17h às 22h de segunda a sexta\n e das 10h às 14h aos sábados.\n \n \t Na terça, um gabinete de crise começou a funcionar para garantir a \n entrega de gasolina, diesel e etanol. Caminhões saíram de refinarias \n escoltados pela PM. Um dos primeiros lugares a receber combustível foi o\n Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo.\n \n \n