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Uma aeronave de uso da Casa Militar teve que realizar um pouso forçado, no final da tarde de segunda-feira (2), na saída de Cuiabá, em Campo Grande. O Cessna apreendido em 2020, era utilizado por uma quadrilha de drogas internacional. E desde 2022 está a serviço do governo do Estado.
A aeronave saiu de Corumbá e ao chegar no espaço aéreo da Capital o piloto teve que realizar a manobra conseguindo pousar na saída para Cuiabá em uma área depois do Shopping Bosque dos Ipês.
Uma investigação foi iniciada nesta terça-feira (3), em que participam o Departamento de Repressão a Corrupção ao Crime Organizado (Dracco), o Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV),e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e logo devem emitir um parecer do que ocasionou os problemas.
Tráfico
A aeronave era utilizada em um esquema das maiores quadrilhas do tráfico internacional de drogas do País. O grupo, que era comandado pelo ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Sérgio Roberto de Carvalho, 62 anos, foi alvo de 49 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão temporária e seis de prisão preventiva em vários estados brasileiros.
Ficha Extensa
Carvalho entrou para a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul no fim da década de 1980, como comandante do Batalhão Militar de Amambai, área de fronteira do Estado com o Paraguai. Na década de 1990, já estava envolvido com atos ilícitos, como o contrabando de pneus. Anos depois, o ex-major foi pego contrabandeando uísque.
Em 1997, Carvalho já transportava cocaína da Colômbia e da Bolívia até o interior de São Paulo. No mesmo ano, o ex-major foi transferido para a reserva remunerada da Polícia Militar de MS. Porém, no ano seguinte, foi condenado a mais de 15 anos de prisão pelo tráfico de 237 kg de cocaína.
Após um longo processo, que culminou na perda de seu posto e de sua patente, sua aposentadoria foi suspensa em 2010. No entanto, em 2016, ele conseguiu reaver na Justiça o benefício de R$ 9,5 mil mensais.
Três anos depois, foi novamente condenado, desta vez a 15 anos e três meses de prisão, por usar laranjas em empresas de fachada para movimentar R$ 60 milhões. O ex-policial militar também foi condenado, em 2008, a 15 anos de prisão por tráfico de drogas.