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A Força Aérea Brasileira (FAB) começou a apurar as causas da queda do avião pilotado pelo ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, de 58 anos, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com o órgão, uma equipe do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Seripa VI) foi ao local do acidente para colher informações. O estado de saúde do político continua grave.
O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informou ao G1, neste domingo (13), que todos os procedimentos iniciais sobre a queda da aeronave foram feitos pelo Seripa, mas que ainda não há detalhes sobre as suspeitas da causa do acidente.
O avião de pequeno porte, prefixo PU-MON, caiu na tarde de sábado (12), no Aeroclube de Luziânia. Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu na cabeceira da pista, logo após a decolagem, e não houve explosão após a batida com o solo.
Conforme a corporação, Molina apresentava várias lesões, porém, estava consciente. Ele foi transportado de helicóptero para o Hospital de Base de Brasília.
"Ele foi estabilizado por equipes dos bombeiros e do Samu e levado em seguida para o hospital. Ele apresentava politraumatismo, mas seu quadro era estável", disse ao G1 o major dos bombeiros Juliano Borges.
Segundo o Hospital de Base de Brasília, ele deu entrada na unidade em estado grave com traumatismo craniano, trauma de face e de abdômen e sofreu parada cardiorrespiratória.
A história do político ficou conhecida em 2012, quando ele buscou asilo político alegando perseguição política do então presidente Evo Morales. Asilo brasileiro
Roger Pinto refugiou-se na embaixada brasileira em La Paz no dia 28 de maio de 2012. Em 8 de junho do mesmo ano, o Brasil concedeu asilo ao senador. A decisão foi criticada pela Bolívia, que falou em "equívoco".
Sem conseguir um salvo-conduto do governo boliviano, Roger Pinto viveu mais de um ano no edifício da embaixada brasileira em La Paz. Segundo uma das três filhas, Pinto estava em um espaço de 20 m², com cama, escrivaninha, TV, frigobar e mesa, sem banheiro próprio.
A viagem entre a capital boliviana e a cidade de Corumbá (MS) – que durou 22 horas – foi feita em um carro da embaixada do Brasil, com apoio de fuzileiros navais. A vinda dele foi investigada pelo Itamaraty.
Na Bolívia, Roger Pinto foi condenado no mês de junho a um ano de prisão por "abandono do dever" e por "dano econômico ao Estado". Segundo a denúncia, ele foi responsável por prejuízo de mais de 1,6 milhão de dólares aos cofres públicos em 2000, acusado de conceder recursos de maneira irregular à Universidade Amazônica de Pando. Ele responde ainda a cerca de 20 processos por desacato, venda de bens do Estado e corrupção.
Na época, ele alegava perseguição política do governo de Evo Morales e afirma que os processos foram instaurados depois que ele fez denúncias de corrupção contra o governador de Pando e entregou informes reservados a Evo sobre supostas ligações de autoridades com o narcotráfico.