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Acidentes
02/06/2015 16:51:00
Helicóptero com filho de Alckmin tinha controles desconectados, diz FAB

G1/LD

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou nesta terça-feira (2) que dois componentes fundamentais para controle da aeronave estavam desconectados durante o voo do helicóptero PP-LLS que levou à morte de Thomaz Rodrigues Alckmin, o filho mais novo do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e mais quatro pessoas.

No dia 2 de abril, Thomaz e outras quatro pessoas morreram após a queda de um helicóptero em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Além do caçula de Alckmin, morreram o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53 anos, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, de 42 anos, Erick Martinho, de 36 anos, e Leandro Souza, de 34 anos.

Por meio de nota, a FAB informou que os "controles flexíveis" e as "alavancas", que são dois componentes fundamentais para controlar a aeronave durante o voo, estavam desconectados antes da decolagem. A nota não informa, entretanto, o motivo pelo qual os itens estavam desconectados.

O exame dos destroços do acidente apontam que os danos nos componentes da aeronave foram consequências e não causas da queda, segundo informou a FAB. Além disso, o órgão declarou que as evidências, até o momento, apontam que o comandante pilotou o helicóptero em todas as fases do voo.

O voo do dia do acidente foi o primeiro daquele helicóptero após quase dois meses de intervenções previstas de manutenção, conforme a FAB. O órgão comunicou que a comissão que investiga o acidente estuda os documentos do helicóptero e os serviços realizados pelas empresas de manutenção.

A nota informa que, "pelo fato de a investigação estar em andamento, ainda não é possível apontar conclusões acerca dos fatores contribuintes que desencadearam o acidente". Além disso, a FAB aponta que os acidentes aeronáuticos não ocorrem por uma causa isolada, mas por uma série de fatores contribuintes encadeados.

Veja a íntegra da nota divulgada pela FAB:

Quanto à investigação do acidente com o helicóptero de matrícula PP-LLS, ocorrido no dia 2 de abril, em Carapicuíba-SP, conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), este Centro de Comunicação Social (CECOMSAER) informa:

1- Segundo exame dos destroços, os danos encontrados nos motores, transmissão principal e de cauda, pás do rotor principal e de cauda e demais componentes da aeronave foram consequências e não causas da queda.

2- Controles flexíveis (ball type) e alavancas (bellcranck) – dois componentes fundamentais para o piloto controlar a aeronave em voo –– estavam desconectados antes da decolagem.

3- A Comissão de Investigação estuda a documentação da aeronave e dos serviços realizados pelas empresas de manutenção.

4- O voo do dia 2 de abril foi o primeiro do PP-LLS após quase dois meses de intervenções previstas de manutenção.

5- Até o momento, as evidências apontam que o comandante estava pilotando a aeronave em todas as fases do voo.

6- Os investigadores analisam ainda os componentes eletrônicos da aeronave, com apoio dos representantes acreditados designados pelo BEA (Bureau d´Enquêtes et d´Analyses), órgão francês de investigação.

7- Pelo fato de a investigação estar em andamento, ainda não é possível apontar conclusões acerca dos fatores contribuintes que desencadearam o acidente.

8- É importante ressaltar que os acidentes aeronáuticos não ocorrem por uma causa isolada, mas por uma série de fatores contribuintes encadeados.

9- Por fim, o objetivo principal da investigação é identificar os fatores contribuintes que gerarão recomendações de segurança, completando assim o ciclo da prevenção de acidentes. Brasília, 02 de junho de 2015. Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica